Pintura a óleo sobre tela 100x 81 cm “Lavrador de café” Portinari. 1934 |
"O " Lavrador de Café",
pintura que mede 1 metro por 80 centímetros retrata um
trabalhador negro em uma fazenda de café do início do século 20,
está entre as obras mais conhecidas do artista e é importante
representação desse interesse de Portinari pela temática nacional.
No quadro O Lavrador de Café o modelo aparece bem mais musculoso do que o normal . A figura deformada com pés e mãos enormes é o que aproxima do Pintor Portinari ao expressionismo .
Aumentar
o tamanho do corpo de seus personagens era o jeito que o artista
usava para mostrar a importância do trabalhador brasileiro.
Essa
deformação expressiva, notadamente a dos pés e das mãos de grandes
figuras dramáticas e comoventes pode ser considerada uma das
características marcantes do pintor.Em primeiro plano, centralizada, aparece a figura do lavrador com os detalhes dos pés e das mãos disformes expressos de maneira exagerada. Pode-se mesmo comparar o tamanho das mãos e dos pés com o tamanho da cabeça. Destaca-se também a enxada em sua mão direita, com a base de tamanho exagerada, assim como seus pés e mãos. As calças brancas do lavrador contrastam com o chão escuro. Sobra
pouco espaço acima e abaixo do lavrador, no quadro. O pintor nos mostra
a forte atuação do trabalhador rural na lavoura do café.
A árvore decepada, a direita conota desmatamento, fim da mata natural. É a mudança da paisagem proporcionada pela cultura do café.
Em segundo plano, aparecem os montes dos grãos já colhidos. A iluminação ressalta os picos dos montes, na cor amarelada. Entre eles, um dos montes aparece na cor verde e nele estão presentes algumas arvorezinhas.
Ao fundo temos inúmeras figuras de pés de café, tanto na superfície plana como nos morros. Percebe-se que parte das plantações dos pés de café já está indo em direção ao espaço reservado para seleção e ensacamento. Com esses detalhes, percebe-se a superprodução ai registrada. O olhar do lavrador é expressivo e nele predomina a preocupação. Tem-se a impressão de que ele sente a ação devastadora da exploração que o homem faz na natureza.
Quando observa-se esses detalhes que compõem o quadro, começamos a entender o efeito da figura do lavrador que de imediato se destaca na paisagem.
A cena que é colocada numa colina da qual se vê uma extensa e longínqua
paisagem com uma faixa de céu ao fundo, destaca a parte superior do
lavrador.
A grande plantação que se estende para além da colina é relativamente pequena em contraste com o tamanho do lavrador.
Outro elemento presente no quadro é o trem, colocado entre os pés de café e os montes de grãos. Sabe-se que era o trem o meio de transporte utilizado para enviar a produção cafeeira ate Santos para ser exportada aos diversos países, em especial, aos Estados Unidos.
A grande plantação que se estende para além da colina é relativamente pequena em contraste com o tamanho do lavrador.
Outro elemento presente no quadro é o trem, colocado entre os pés de café e os montes de grãos. Sabe-se que era o trem o meio de transporte utilizado para enviar a produção cafeeira ate Santos para ser exportada aos diversos países, em especial, aos Estados Unidos.
A figura do trem nos permite refletir sobre a história de município, pois como registra Lima (LIMA, Roberto Pastana Teixeira. Amparo: Flor da Montanha. São Paulo: Noovha América, 2006.), "o café e a ferrovia sempre andaram juntos."
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O
Lavrador de café faz menção à temática social das mais recorrentes em
Portinari que, só sobre esse tema, realizou cerca de 50 obras, tendo
recebido, em 1935, a 2ª Menção Honrosa do Carnegie Institute, em
Pittsburgh, nos EUA pela tela “Café”, hoje pertencente ao Museu Nacional
de Belas Artes do Rio de Janeiro.É
uma das telas mais famosas de Candido Portinari (1903-1962), cuja data é
confusa, para o MASP ela teria sido elaborada em 1939, mas para o
Projeto Portinari [8], a obra data de 1934.
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