domingo, 13 de maio de 2012

A Obra de Arte, a Reprodutibilidade técnica, o Contexto histórico e Cultural.

Walter Benjamim vem nos trazer questões a respeito da obra de arte e sua reprodutibilidade técnica. Então pensemos sobre o que é uma obra de arte. Hoje, imediatamente associamos obras de arte a pintura, cinema, escultura, etc. Se pesquisarmos na internet, a Wikipedia nos dá a seguinte descrição:

Obra de arte (trabalho artístico ou somente obra) é uma obra criada ou avaliada por sua função artística ao invés de prática. Por função artística se entende a representação dum símbolo, do belo. Apesar de não ter como principal objetivo, uma obra de arte pode ter utilidade prática. Pode consistir num objeto, uma composição musical, arquitetura, um texto, uma apresentação, um filme, um programa de computador, entre outros. Entretanto, o que é considerado uma obra de arte depende do contexto histórico e cultural, e do próprio significado de arte.

Tomando esta definição e pensando na abordagem feita por Benjamim sobre a reprodutibilidade técnica da obra de arte, a perda de sua aura, e as complexidades da reprodução mecânica, com a massificação e os questionamentos de sua autenticidade, levaremos em conta dentro da definição acima colocada de que a Arte depende do Contexto Histórico e Cultural em que se insere.

Vemos ao longo de anos o avanço tecnológico que abarcou nossa sociedade e fenômenos como globalização, internacionalização e consequentes difusões em massa. Então, as próprias características da obra de arte hoje se inserem neste contexto. Se no século XIX o acesso aos quadros se dava somente presencialmente, para uma burguesia que frequentava os salões de exposições, no século XXI, podemos acessar algumas destas obras pela internet uma vez que os museus estão “digitalizando” seu acervo de exposição.

Em uma determinada época, a fotografia e cinema foi algo de inovador, de polêmico e levantou questões em torno de seu valor artístico. Acontece que o avanço tecnológico possibilitou o nascimento de uma arte relacionada à tecnologia. Temos a reprodução fotográfica, a cópia de filmes, CDs, DVDs, enfim, artes com características próprias a este meio, apontando agora para uma massificação da arte, é uma arte mais acessível, que se difunde, que chega a lugares antes não imaginados.

Podemos ter acesso a determinadas obras, como um quadro de Renoir que esta em um Museu de Paris, via internet. É claro que se trata de experiências distintas. Apreciar um quadro de Renoir ao vivo não é a mesma experiência de aprecia-lo por foto ou no ecrã do computador. E é em torno destas experiências que se tratam questões como autenticidade, do frescor do aqui e agora da obra de arte e sua relação com o espectador. Estamos então a falar da questão da recepção. Porém, é inegável que se torna uma ferramenta importante para o acesso à cultura a possibilidade de conhecer uma obra via digital, pois, pelo contrario poderia nunca conhecê-la.

Desta forma, é preciso nos ater a especificidade de cada obra de arte em questão. Se o Teatro é uma arte efêmera, que se faz no aqui e agora perante seu publico o cinema vai se “eternizar” em películas que serão exibidas em diferentes lugares do mundo. Se uma escultura é uma obra singular a fotografia é sinônimo de reprodução, esta em sua natureza a  multiplicidade. O mesmo acontece com os CDs que registram músicas que hoje, comumente foram feitas para serem gravadas, diferentes das Óperas e Sonatas compostas em determinada época somente para serem ouvidas por poucos, em determinados dias e local.

Buscamos assim pensar a reprodutibilidade técnica e a obra de arte dentro de suas especificidades artísticas e expressivas e levar em conta todo processo de evolução tecnológica e sócio – cultural vivida ao longo dos anos. Se a reprodutibilidade técnica favoreceu, foi boa ou ruim para as artes, não abordaremos neste momento, mas para pensar neste sentido temos que elucidar O que É uma Obra de Arte?, compreendendo primordialmente O que é Arte?, questão que se encontra em constante debate na atualidade.

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