Parece ridículo, mas a verdade é que ninguém ainda se tocou de uma coisa muito simples acerca da classificação das armaduras sagradas dos guerreiros de Atena. Bom, pelo menos, não vi, até o momento, nenhuma publicação na Internet ou em revistas explicando aquilo que é tão obvio: quando se diz que os Trajes de Ouro são em número de 12, 24 dos de Prata, 48 de Bronze e 4 Especiais (ou 52 de Bronze), essa contagem se refere, APENAS, às 88 constelações atuais.
Ou seja, tentar contar, por exemplo, TODOS os Trajes de Prata, SEMPRE vai dar uma contagem superior a 24.
Quando
se fala em 88 constelações, vocês acham que esse número se refere à
astronomia de que época? A atual, oras! Mas sabemos que Saint Seiya
mostra também armaduras de constelações que não existem mais nos tempos
atuais e provenientes de pelo menos uma outra tradição astronômica (como
se verá abaixo).
Portanto,
88 é apenas um número simbólico. Como nem mesmo o Santuário sabe
quantos são os Trajes sagrados, usa-se esse número como emblema em
substituição ao verdadeiro número, que é desconhecido.
Assim,
quando se fala da tão conhecida classificação (12 de Ouro+24 de
Prata+48 de Bronze+4 Especiais), temos que levar em conta os Trajes
protegidos por constelações atuais. Voltando ao exemplo dos Trajes de
Prata, ao citarmos constelações como Cérbero, devemos ter em conta que a
Ordem dos Santos de Atena é muito antiga, formada ainda na era
mitológica (um tempo indeterminado muito avançado no passado). Através
da História, a Astronomia teve números variados de constelações, desde
as 48 catalogadas por Cláudio Ptolomeu no ‘Almagesto’ (148 d.C.), até as
110 de Johann Elert Bode (em 1801), chegando ao número de 88 no ano de
1930, determinado pela União Astronômica Internacional (UAI).
Em
boa parte desse período (até a submersão do continente de Mu, quando se
cessou a produção dos Trajes sagrados) muitas armaduras foram criadas, e
algumas das constelações a elas correspondentes não mais existem.
Cérbero, por exemplo, é uma constelação citada na mitologia, mas que não
constou no ‘Almagesto’. Mesmo assim, Atena utilizou essa antiga
constelação (lembrando que a sua ordem de guerreiros é anterior mesmo a
Ptolomeu).
Também
é provável que existam outros Trajes de constelações já extintas, mas,
como jamais foi possível reunir todos eles (e pela ignorância parcial
dos arquivos do Santuário e da Fundação Graad), talvez jamais cheguemos a
conhecer toda a verdade.
A
seguir, vejam a relação dos Hábitos (Trajes sagrados) segundo a última
atualização, de acordo com os diversos meios de exibição e publicação de
Saint Seiya (mangás, anime, filmes, anime-books, jogo, livros e publicações especiais).
A) Trajes de Ouro (12 no total)
01. Áries
02. Touro
03. Gêmeos
04. Câncer
05. Leão
06. Virgem
07. Libra
08. Escorpião
09. Sagitário
10. Capricórnio
11. Aquário
12. Peixes
Obs.:
o jogo 'Saint Seiya: Chapter Sanctuary', lançado para o PlayStation 2,
traz Shina vestida com o Traje de Ouro de Ofiúco, guardando a 13ª Casa
do Zodíaco. Isso é, naturalmente, uma alusão ao fato de a constelação de
Ofiúco (ou Serpentário) fazer parte da eclíptica solar (o caminho do
Sol) e poder, assim, estar entre as constelações zodiacais. Mas o fato é
que ela nunca foi oficialmente retratada como tal, sem falar que o
Traje dourado que Shina usa é exatamente igual à versão de Prata, o que
nos faz supor que ela "se tornou" dourada por ter sido, por algum
motivo, ressuscitada com o sangue de um Santo de Ouro – como foi o que
aconteceu com os Trajes de Bronze dos cinco protagonistas na saga de
Posseidon. Eis porque não incluo o Traje dourado de Ofiúco entre os
Trajes do Zodíaco.
B) Trajes de Prata
_De constelações atuais (24 no total):
01. Héracles
02. Perseu
03. Cães de Caça
04. Centauro
05. Auriga
06. Cefeu
07. Mosca
08. Corvo
09. Águia
10. Lagarto
11. Baleia
12. Altar
13. Triângulo
14. Lira
15. Flecha
16. Ofiúco
17. Cão Maior
18. Cruzeiro do Sul
19. Órion
20. Escudo
21. Taça
22. Grou
23. Vela
24. Popa
_De constelações extintas (desconhecido o total):
01. Cérbero (incorporada a Héracles)
_De constelações de outras tradições astronômicas (desconhecido o total):
01. Lótus (Shatabhisha na astronomia hindu)
02. Pavão (Krttika na astronomia hindu)
Obs.:
Quanto a Lótus, esqueçam as publicações pela Internet que dizem que
esta é a constelação de ‘Lillium’, que consta entre as 110 de Bode (do
ano de 1801).
‘Lillium’
quer dizer ‘Lírio’ ou ‘Flor-de-lis’, em latim. Jamais ‘Lótus’
(‘Nymphaea Lotus’). A constelação de Lótus existe na astronomia hindu,
onde é chamada Satabisha, ou Satataraka. Essa constelação tem a forma
tanto de um lótus aberto como de uma roda (ambas as formas têm a mesma
configuração).
Sobre
Pavão, apesar de existir a constelação de mesmo nome na astronomia
ocidental, a contagem das 24 armaduras de prata fecha perfeitamente sem
ela, o que me levou a pesquisar uma possível constelação associada ao
pavão na astronomia hindu, onde identifiquei Krttika. Afinal, se o
parceiro de Shiva, Agra de Lótus, tem sua armadura baseada na cultura
indiana, por que não ele também, não é?
Por
fim, oficialmente nem Kurumada nem a Toei classificam, de maneira
explícita, os Trajes de Órion, Cruzeiro do Sul e Escudo como de Prata;
entretanto, o Tenkai-hen Pamphlet (panfleto do quinto filme de Saint
Seiya) supõe, pelo fato de aparecerem junto com os Trajes
reconhecidamente de Prata de Lira e de Flecha, que esses três também
pertençam à mesma categoria. Mas, como já dito, é apenas uma suposição
(oficial) da Toei, e, portanto, coloco-as aqui entre as Prateadas
(porém, por conta das considerações do panfleto, uma ou outra também
poderia estar incluída entre as de Bronze ou as Especiais). O quadro
correlativo de personagens da Jump Gold Selection os tem como Santos de Prata.
O
Traje de Grou é usado pela Santa Yuzuriha, o de Vela por Tsubaki e o de
Popa por Lacaille em “The Lost Canvas” (“A Pintura Perdida”), estes
dois últimos pupilos de El Cid de Capricórnio.
C) Trajes de Bronze (48 no total)
01. Leão Menor
02. Ursa Maior
03. Cisne
04. Hidra Fêmea
05. Fênix
06. Unicórnio
07. Camaleão
08. Lobo
09. Pégaso
10. Dragão
11. Andrômeda
12. Sextante
13. Bússola
14. Cinzel
15. Escultor
.
.
.
48. ???
Obs.:
como já sabemos dos nomes de todos os Trajes de Prata e, claro, também
de Ouro, pode-se dizer, com certeza, quais constelações atuais
representam todos os outros Trajes de Bronze – isto é, TODAS as demais
constelações se referem a Trajes de Bronze, salvo aquelas que protegem
os Trajes Especiais (que às vezes são contabilizadas entre as de
Bronze). Todavia, não se sabe se há Trajes de Bronze de constelações
extintas ou de outras tradições astronômicas, como entre as de Prata.
Cinzel
e Escultor são citadas na Enciclopédia Saint Seiya (em cuja versão
brasileira a primeira foi erroneamente chamada de “Armadura das
Ferramentas”). Segundo a publicação, o Santo dessas constelações seriam
assistentem do Santo de Áries no conserto de Trajes Sagrados. Repararam
que as ferramentas que Mu usa em seu trabalho (reveladas no mangá
clássico e no Epis. G) são as mesmas que compõem o Traje de Cinzel, em
imagem mostrada na Enciclopédia?
Bússola é a armadura de Bronze mais recentemente revelada. É usada por Rusk, um dos pupilos de El Cid de Capricórnio.
D) Trajes Especiais (4 no total, que não são de Ouro, Prata nem de Bronze)
01. Cabeleira de Berenice
02. Lince
03. Carina
04. ???
Obs.: segundo o quadrinização
da versão brasileira do terceiro filme de Saint Seiya, os Trajes
chamados por Abel de armaduras da Coroa do Sol fazem parte dos 88 do
Santuário, e Atlas de Carina diz a Pégaso que esses Trajes não são
contados entre os de Bronze, Prata ou Ouro. Então, sobra apenas uma
categoria de armaduras do Santuário dentre aquelas que são protegidas
por constelações: a categoria dos Trajes Especiais.
O
Episódio G inclui os quatro Trajes Especiais entre as armaduras de
Bronze (por isso, o Traje de Lince, então usado por Retsu, foi
classificado como tal), totalizando 52 (48 de Bronze mais as quatro
Especiais).
Aparentemente,
para explicar a diferença entre os Trajes de Berenice e Mei e de Jaoh e
Retsu, Abel deve ter recriado as suas armaduras sagradas a partir de
suas formas antigas, usadas pelos seus servos no início da Ordem dos
Santos de Atena (época em que Berenice, Jaoh e Atlas viveram e serviram à
deusa).
E) Trajes sem constelação
_Dos Sonota no Saints ("Santos Diferentes", desconhecido o total):
01. Cristal (Traje de ???)
02. Calor Sufocante (Traje de ???)
03. Sombras (Traje de ???)
04. ??? (Traje de Geist)
05. ??? (Traje de Dócrates)
06. ??? (Traje de Spartan)
07. ??? (Traje de Leda)
08. ??? (Traje de Spica)
Obs.: A nomenclatura Sonota no Saints foi apresentada pela primeira vez na revista japonesa Cosmo Special.
Os
usuários dos Trajes de Cristal, de Calor Sufocante (‘Ennetsu’, em
japonês) e das Sombras não revelaram seus nomes. Quanto aos outros,
conhecemos os seus nomes, mas não os de suas armaduras.
O Santo das Sombras existe apenas no jogo ‘Saint Seiya Ohgon Densetsu’ (“A Lenda Dourada de Saint Seiya”).
Como
seus Trajes não possuem constelações protetoras, esses guerreiros não
se encaixam na classificação de Ouro, Prata, Bronze ou Especial. Em
nível de poder, os Trajes Diferentes (‘Sonota no Clothes’) são
inferiores às dos Santos regidos por constelações, e seus usuários são
submetidos ao comando do Oficial de Ordens (Phaeton) e, acima deste, do
Oficial de Ordens Chefe (Gigas). Eles são a guarda pessoal do Patriarca.
_Dos Ghost Saints ("Santos Fantasmas", desconhecido o total):
01. Serpente Marinha (Traje de ???)
02. Golfinho (Traje de ???)
03. Medusa (Traje de ???)
Obs.: A nomenclatura Ghost Saints foi apresentada pela primeira vez na revista japonesa Cosmo Special.
Não
se sabe a origem dos Santos renegados classificados como ‘Ghosts’
(“Fantasmas”). São guerreiros que, por não seguirem os desígnios de
Atena, foram exilados pelo Patriarca na Ilha do Espectro, no Caribe.
Como é o caso dos usuários dos Trajes de Cristal, de Calor Sufocante e
das Sombras, os Santos Fantasmas também não revelaram seus nomes.
F) Trajes desconhecidos (desconhecido o total)
01. Traje usado por Guilty
02. Traje usado por Alexer
Obs.:
‘Guilty’ ("Culpado, Criminoso") é o cognome do Santo de Atena mais
poderoso dentre os guerreiros mais cruéis (certamente entre os da classe
de Prata, Bronze, Especial ou, mais possivelmente, Diferente), que
recebe a missão de manter sob controle os Santos Negros da Ilha da
Rainha da Morte. A máscara que oculta a face do “culpado” é o selo de
Atena na ilha, que foi rompido por Ikki de Fênix ao matá-lo. Mesmo sendo
considerado um Santo, ainda não foi revelado oficialmente qual o seu
Traje.
O
quadro correlativo de personagens da antiga Jump Gold Selection afirma
que Guilty está no mesmo patamar do Santo de Cristal: ambos são
guerreiros afastados dos campos de batalha com atribuições diferentes
dos demais guerreiros sagrados. O Hipermito o denomina “Santo” –
portanto, deve possuir seu Traje sagrado, a prova definitiva de que o
guerreiro é um Santo.
O
caso do Guerreiro Azul Alexer é diferente. O Hipermito afirma que os
Guerreiros Azuis surgiram de alguns dos Santos de Atena (não se diz o
número), postados no Ártico, fundando uma nação chamada Bluegraad (na
Sibéria Oriental, Rússia, mas não reconhecida atualmente pela comunidade
internacional, como no caso de Asgard). Daí se prova que o Traje de
Alexer pertence à Ordem de Atena, mas não se sabe o seu nome, a sua
classe e nem se ela possui constelação-guia.
Como
o Hipermito fala de mais de um Santo entre os antepassados dos
Guerreiros Azuis, uma hipótese possível é que o Traje de Cristal também
tenha sido usado por um desses antigos guerreiros, que tinham a missão
de guardar a ânfora em que estava selada a alma de Posseidon.
OBS. FINAIS:
sempre houve uma polêmica sobre se Atena criou todas as armaduras
sagradas ao mesmo tempo (ou em vários momentos dos tempos passados) ou
se ela as foi criando à medida que os homens iam imaginando as
constelações no firmamento. O Hipermito nos traz uma informação
irrefutável, revelando algo interessantíssimo: durante a Gigantomaquia
anterior, o
continente de Mu, tido como o local do nascimento dos Trajes sagrados,
afundou sob as águas do oceano Pacífico. Com a submersão do continente
mítico, a produção dos Trajes foi cessada, e fomos privados do método
técnico do refino e da forja mágicos. Esse dado corrobora a hipótese de
que Atena pode ter criado as armaduras sagradas antes mesmo de os seres
humanos terem imaginado constelações mais “recentes” no céu, como Grou,
Fênix, Camaleão, Cabeleira de Berenice, Unicórnio, Cães de Caça,
Lagarto, Leão Menor, Lince, Escudo, Sextante, Cruzeiro do Sul, Buril,
Carina, Popa, Vela, Bússola, Mosca e Escultor. O Episódio G mostra que a
deusa pode se deslocar no tempo e no espaço por meio de sua Vontade
Divina (ao surgir na trama ocorrida no ano de 1979, mas já com a
aparência adolescente de Saori), podendo conhecer, de antemão, as
constelações que os homens ainda vão criar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado pelo comentário.