segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Desenho de síntese

 
O desenho de síntese
Normalmente os registos figurativos desenhados fazem-se dando um maior realce a certos aspectos da realidade visível e omitindo outros. O caso extremo desta afirmação será por exemplo o de uma caricatura. O que nos é oferecido ver sobre a pessoa caricaturada é uma "síntese" dessa pessoa em que alguns dados são omitidos propositadamente e outros são realçados e exagerados provocando-se deliberadamente a chamada de atenção para os aspectos que se julgam fundamentais e que se querem transmitir.
O desenho para determinados fins de estudo como por exemplo na botânica, zoologia, etc., usa também este critério de eliminar alguns aspectos da forma observada e dar apenas realce aos aspectos que se querem transmitir. Omite deliberadamente alguns elementos fazendo uma síntese do que é considerado essencial no objectivo de estudo.
O artista desenhador também omite, consciente ou incoscientemente determinados aspectos da realidade que está a representar, tornando outros mais vincados (fig. 11). 
Mesmo que uma imagem se aproxime imenso do facto ou personagem retratados, ela não é mais do que uma "ilusão" dessa realidade e como tal uma das representações possíveis dela. Neste sentido o desenhador faz uma síntese do que vê e representa apenas o que pretende transmitir. É neste facto que reside acima de tudo o grande e verdadeiro poder do desenho, o de "manipular a realidade" dirigindo a atenção do observador para os factos que se pretendem transmitir. É o artista que livremente escolhe e expõe o que julga essencial expressar. 
 
Fig. 9
Fig. 11 - L. da Vinci - 5 cabeças grotescas
Fig. 8
Fig. 10

 
O desenho de esboço
Certos analistas da arte referem mesmo o desenho como base das artes visuais.
O desenho de esboço está sempre presente no atelier de quem projecta. É a partir dele que os pintores, arquitectos (fig. 14)*, designers, trabalham. Pensam, recolhem dados, fomulam hipóteses, projectam.
Cineastas, coreógrafos, cenógrafos, fazem constante uso dele no decurso do seu trabalho de concepção e nos projectos que elaboram.
O recurso ao desenho esquemático, ao esboço, é feito praticamente por todas as pessoas, quando individualmente ou em grupo, organizam raciocínios, factos, constatações, estudos, percursos e fases de trabalho.
 
 
Fig. 12 - Rafael
Fig. 13 - M. Ângelo
*  "no ponto 2 - Desenho de síntese e de esboço indica a fig. 14 como fig desenho de esboço, mas na realidade são esquissos e não esboços. Qt a mim, o esboço é um desenho preparatório e o esquiço imediato (sintese).
Como tal o desenho de sintese não pode ser equiparado ao esboço, pq no esboço não se sintetisa, explora-se, procura-se.
isto de uma forma muito sucinta" (Opinião de um docente da FAUP, J.M. - 22-5-05)
Fig. 14 

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