O REINO DOS MORTOS
MEIKAI
O DESPERTAR DE HADES
A
primeira Guerra Santa entre a deusa Atena e Hades ocorreu ainda na
chamada Era Mitológica. Na passagem dessa era mítica para a Era dos
Homens (quando se instituiu o Ateneu, o conjunto do templo de Atena com
as 12 Casas do Zodíaco, em torno do qual surgiu o Santuário), com a
segunda Gigantomaquia, isto é, a batalha dos gigantes da mitologia
grega, o espírito de Hades, que jazia adormecido no Submundo, foi
despertado quando esses inimigos de Atena foram lançados no Tártaro. Diz
o Hipermito que Hades presenciara, do interior do seu reino, a primeira
Guerra Santa, aquela travada entre Atena e Poseidon na Ática e em
Atlântida. O que o terá feito adormecer até o episódio da Gigantomaquia
muitos séculos depois?
Logo
depois disso, o deus Ares, derrotado em sua Guerra Santa contra Atena,
se refugiou no mundo dos mortos. Pelo fato de as searas de Ares
enriquecerem o mundo inferior com mais e mais almas, a derrota do deus
da guerra desgostou a Hades, que se motivou a criar as Sobrepelizes e
reunir os Espectros, preparando-se para a sua própria Guerra Santa
contra a deusa da sabedoria.
AS ESTRELAS MALIGNAS
Os
Espectros (do latim ‘spectrum’, “aparição, fantasma”) são os asseclas
do senhor do mundo dos mortos da mitologia grega, o deus Hades. Suas
armaduras são denominadas Sobrepelizes (‘Surplices’, em inglês), como
uma referência às vestiduras eclesiásticas, brancas, que os clérigos
usam por cima da batina; entretanto, como sinal de sua devoção à morte e
às trevas, as Sobrepelizes dos Espectros são negras, todas feitas de um
metal desconhecido, cujo brilho lembra o de diamantes do Submundo.
Segundo a Enciclopédia Taizen, são as Sobrepelizes, que na verdade são
as próprias 108 Estrelas Malignas, que controlam o seu usuário, num caso
claro de parasitismo, podendo até mesmo alterar a natureza e o corpo do
mortal escolhido pela estrela infernal. O poder dos Espectros vem das
próprias Sobrepelizes e, pelo que deu a entender da Enciclopédia, as
Estrelas Malignas são almas de guerreiros da mais alta Antiguidade que,
impregnadas nas armaduras do exército de Hades, tomam o corpo da pessoa
pelo método da possessão.
Ainda
segundo a obra, os Espectros não reencarnam como os Santos de Atena; as
almas/Estrelas Malignas podem ocupar o corpo de qualquer um. A
faculdade que essas estrelas têm de alterar a natureza e o corpo do seu
usuário é que deve explicar como os Espectros do século XX são muito
parecidos com os do século XVIII.
OS 108 ESPECTROS
Os
108 Espectros foram inspirados nas 108 Estrelas do Destino, do clássico
da literatura chinesa “Margem d’Água” ou “Os Proscritos do Pântano”, de
Shi Nai’an e Luo Guanzhong, divididas em 36 Espíritos Celestes e 72
Demônios Terrenos. Por isso, os Espectros de Hades também são divididos
entre Estrelas Malignas Celestes e Estrelas Malignas Terrenas –
supondo-se também que sejam 36 as primeiras e 72 as últimas.
Japamala
O japamala, ou rosário japa,
feito da madeira de tulasi (‘Ocimum tenuiflorum’ o manjericão sagrado
da Índia), contém 108 contas, usadas para 108 repetições de mantras (não
confundir com o akshamala, rosário de 50, 81 ou 108 contas). No Budismo
tibetano, 108 corresponde ao número dos pecados e o número de tentações
que Buda resistiu antes de alcançar a iluminação, e o templo de Angkor
Thom (Camboja), onde está a torre Bayon (que inspirou a Torre dos
Espectros em Saint Seiya),
tem inúmeras referências ao número 108, que desempenha um papel
significativo no simbolismo da sua estrutura. Para a astrologia chinesa e
a filosofia taoísta, existem 108 estrelas sagradas.
Torre Bayon
No imaginário dos países do Oriente, há ainda muitas outras referências a esse número.
Quanto
à localização da Torre dos Espectros, sabe-se que ela se encontra mais
ou menos a 1.000 km a oeste de Rozan (Lushan), na China. Bem, o lugar
mais conhecido nessa localização são as montanhas Wudang (Wu Tang Shan),
a 1.060,80 km a oeste de Rozan.
Elas
são um lugar sagrado do Taoísmo (na verdade, é o berço do Taoísmo) e
das artes marciais relacionadas a esta religião/filosofia, conjuntamente
denominadas wudang quan, entre elas o taichi chuan (taiji quan).
Destaque também para as suas edificações seculares, tombadas em 1994
pela Unesco. Naturalmente, a escolha do lugar e a sua importância
cultural relacionam a Torre dos Espectros a Dohko de Libra.
O SABOEIRO DO INFERNO
Na
Divina Comédia, de Dante Alighieri, entre o terceiro e último vale do
sexto círculo infernal (o Inferno, nesta obra, é descrito como um enorme
conjunto de círculos concêntricos e, à medida que se vai em direção ao
centro, mais se desce na escuridão) e o Malebolge (“Bolsas Más”, em
italiano, local em que alguns pecadores são divididos em dez bolsas,
cada uma para um castigo diferente), que constitui o sétimo círculo,
existe uma cachoeira de sangue. É sobre esta cascata, que a Enciclopédia
Taizen diz ser formada pelo sangue dos pecadores no Inferno, que se
eleva frondoso um saboeiro, de acordo com The Lost Canvas, plantado lá
desde o princípio dos tempos. Ele é tido como o único ser vivo do
estéril Submundo – mas não devemos nos esquecer dos campos de asfódelos,
aquela região florida em que Orfeu vivia com a sua petrificada
Eurídice.
Em
suas meditações, Asmita entendeu que essa árvore sagrada, para ser
capaz de sobreviver no mundo dos mortos, é “dotada” de cosmo, mas um
cosmo de extrema intensidade, manifestando em si o oitavo sentido – que
Shaka de Virgem, no século 20, chamou de ‘alayashiki’. Foi se
apropriando desse poder, através de 108 sementes dos seus pequeninos
frutos que formaram o japamala de Virgem, que os Santos de Atena
descobriram o meio de impedir que o exército de Hades permanecesse
imortal – afinal, o saboeiro do Inferno, por estar vivo, é a antítese do
misterioso mineral que constitui as Sobrepelizes, que permitem aos seus
usuários não serem ceifados pela morte. As sementes do saboeiro têm o
poder de selar as almas dos 108 guerreiros de Hades.
O
saboeiro é uma espécie originária da América Latina, de clima tropical e
subtropical. No Brasil ocorre desde o Pará até o Rio Grande do Sul. A
casca, a raiz e o fruto são utilizados na medicina popular como
calmante, adstringente, diurético, expectorante, tônico, depurativo do
sangue e contra a tosse. Os frutos, com cerca de 2 cm de comprimento,
servem para a lavagem de roupas, por possuírem saponina, substância com
propriedades similares às do sabão – daí o nome "saboeiro". Além disto, é
utilizada na arborização urbana.
Obviamente,
é pelas propriedades adstringentes e de assepsia da saponina encontrada
nos seus frutos que Shiori ou Kurumada imaginou usar as sementes dessa
árvore para criar o rosário japamala de Asmita, como um método de
"limpeza" contra as hostes do mundo dos mortos, considerado pelos
japoneses como de imundície insuportável para os seres vivos (ver
Máscara da Morte, item Locais, em Santos de Ouro), pois a morte, para
eles, traz em si o estigma da impureza, como podemos ver no mito de
Izanami e Izanagui.
Só
por curiosidade: as sementes globulosas do saboeiro, pretas e duras,
eram usadas antigamente pelas crianças no Brasil como bolinhas de gude.
Quando começaram a ser fabricadas bolinhas de vidro, essas sementes
foram logo abandonadas.
DEUSES
HADES
Os antigos interpretavam este
vocábulo com base na etimologia popular, sem nenhum cunho científico, e
Hades erradamente era traduzido por "invisível, tenebroso", o que teria a
vantagem, e há os que o fazem até hoje, de aproximá-lo do alemão
‘hölle’ e do inglês ‘hell’, "mundo subterrâneo, inferno".
Modernamente se prefere aproximar
‘Hádes/Haides’ do grego ‘aianés’, derivado do indo-europeu ‘saiwanés’,
"terrível", latim ‘saeuus’, "cruel, terrível, violento".
Após a vitória sobre os titãs, o
Universo foi dividido em três grandes impérios, cabendo a Zeus o Olimpo,
a Poseidon o Mar e a Hades o imenso império localizado no "seio das
trevas brumosas", nas entranhas da Terra, e, por isso mesmo, denominado
"etimologicamente" Inferno, do latim Infernus/Inferius, “Inferior”.
Na luta contra os titãs, os ciclopes
armaram Hades com um capacete que o tornava invisível, daí a falsa
etimologia que lhe deram os gregos: ‘a’, “não” + ‘idêin’, “ver”. Esse
capacete, por sinal, muito semelhante ao de Siegfried na mitologia
germânica, foi usado por outras divindades como Atena e até por heróis,
como Perseu. Por "significar" Invisível, o nome Hades (que também lhe
designa o reino), é raramente proferido: Hades era tão temido, que não o
nomeavam por medo de lhe excitar a cólera. Normalmente é invocado por
meio de eufemismos, sendo o mais comum Plutão, o "rico", como referência
não apenas a "seus hóspedes inumeráveis", mas também às riquezas
inexauríveis das entranhas da terra, sendo estas mesmas a fonte profunda
de toda produção vegetal. Pela popularidade, os romanos mantiveram o
nome Plutão quando associaram os seus deuses aos dos gregos.
Violento e poderoso, Hades receia
tão-somente que Poseidon, o "sacudidor da terra", faça o solo se abrir e
"franqueie aos olhos de todos, mortais e imortais, sua morada
horripilante, esse local odiado, cheio de bolor e de podridão", como lhe
chama Homero na Ilíada.
Geralmente tranqüilo em sua
majestade de "Zeus subterrâneo", permanece confinado no sombrio Érebo,
de onde saiu apenas duas vezes, uma delas para raptar Core/Perséfone.
Exceto essa temerosa aventura, Hades ocupa sua eveternidade em castigar
ou repelir os intrusos que teimam em não lhe respeitar os domínios, como
o audacioso Pirítoo, que, acompanhado de Teseu, penetrou no Hades na
louca esperança de raptar Perséfone. Lutou ainda contra Héracles, que
desceu aos Infernos para capturar o cão Cérbero. Foi no decurso deste
combate que o herói o feriu no ombro direito com uma flechada. Tão
grande era a dor, que o senhor dos mortos teve que subir ao Olimpo e
solicitar os bons serviços de Peã (epíteto de Apolo), o deus curandeiro,
que lhe aplicou sobre o ferimento um bálsamo maravilhoso.
Plutão possuía, como se mostrou, um
valor puramente eufemístico, permitindo, assim, que se encobrisse o
verdadeiro caráter de Hades, o cruel, o implacável, o inflexível, que,
odiado de todos (segundo o canto IX da Ilíada), não poderia, com esse
nome, receber as honras devidas a um deus. As inscrições mostram que
mesmo assim Plutão era muito pouco cultuado na Terra, possuindo, com
certeza, apenas um templo em Elêusis e outro menor em Élis, que era
aberto somente uma vez por ano e por um único sacerdote.
Sobrepeliz:
A Sobrepeliz de Hades possui seis asas. Não por menos, seis é o número
de asas dos Serafins, o coro mais alto da hierarquia angélica.
Com isso, certamente Kurumada quis
fazer um paralelo entre Hades, o rei do Submundo na mitologia grega, e
Lúcifer, o rei do Inferno no imaginário cristão. Afinal, Lúcifer é
também um Serafim; na Divina Comédia, de Dante, ele é corretamente
representado com seis asas e habita o lugar mais profundo do Inferno, o
Cocito, o deserto de gelo – exatamente onde ficam a Judeca, a Caína, a
Ptoloméia e a Antenora.
Poderes:
O que faz a espada de Hades tão especial são os símbolos que cobrem a
lâmina. Difícil de precisar sobre a origem destes sinais, mas uma
possibilidade seriam os símbolos maias como os que podem ser vistos no
Palácio do Governador, na cidade de Uxmal, no sul do México. O complexo é
datado de cerca de 450 a 600 dC, e foi um local importante para o
cerimonial maia. O palácio decorado com tais símbolos foi dedicado ao
estudo do céu, onde se realizavam observações astronômicas,
especialmente a previsão e a observação de eclipses – e não é o Grande
Eclipse um dos maiores poderes de Hades em Saint Seiya?
A porta do prédio também foi
colocada num alinhamento perfeito com o planeta Vênus, astro-base do
calendário religioso dos maias, povo antigo que tinha a mais avançada
astronomia do mundo, sendo superados unicamente pela astronomia moderna.
Locais:
· Cocito
O Cocito, que significa "rio de
pranto" (do grego κωκυτός, "lamentação"), é um rio do Submundo da
mitologia grega. O Cocito deságua no rio Aqueronte, em que banha o mundo
subterrâneo, a morada mitológica dos mortos, junto com o Estige, o
Flegetonte, o Lete e o Aqueronte.
No Inferno, a primeira das três
partes da Divina Comédia de Dante, o Cocito é o nono e menor círculo do
Inferno. Dante e Virgílio são colocados lá pelo gigante Anateu. Ele é
referido como um lago congelado, em vez de um rio, embora originário da
mesma fonte como os outros rios infernais. Dante descreve o Cocito como
sendo a casa dos traidores e daqueles que cometeram atos de fraude
complexos. Dependendo da forma de sua traição, as vítimas são enterradas
no gelo em graus variados, em qualquer altura do pescoço ou
completamente submersas no gelo. O Cocito está dividido em quatro seções
descendentes: Caína, Antenora, Ptolomeia e Judeca.
Lúcifer está no centro do círculo,
enterrado até a cintura no gelo. Ele é representado com três faces. A
face central abocanha Judas, que é mastigado pela cabeça e está com os
pés voltados para fora da boca, enquanto as bocas das faces laterais
mastigam a Brutus e Cassius, assassinos de Júlio César. Satanás é
apresentado com três pares de asas, que só servem para aumentar os
ventos frios do Cocito. Dante e seu guia Virgílio, em seguida, procedem a
descer em volta de Lúcifer, chegando ao Purgatório.
· Judeca
Na sala do trono, ladeando o assento
sagrado de Hades, vemos dois imensos dragões de asas abertas. Tratam-se
de representações de Smaug, um dragão do livro "O Hobbit", de J. R. R.
Tolkien. Ele é o antagonista principal nessa história.
Na Judeca, cujo nome relembra a
Judas Iscariotes, o traidor de Jesus, jazem os traidores dos seus
mestres e dos seus benfeitores.
· Muro das Lamentações
O disco solar alado que vemos
entalhado na frente do muro que separa o Tártaro do Eliseu é um dos
elementos que o decoram, logo abaixo dos rostos de Hipnos e Tânatos. É o
símbolo do zoroastrismo, antiga religião fundada por Zaratustra
(Zoroastro para os gregos) no século VII a.C., ou talvez antes, no
Império Persa.
Esta doutrina dividia o mundo entre o
bem, defendido pelo deus Ahura Mazda, e o mal, personificado por Angra
Mainyu ou Ahriman. O homem deve escolher o seu caminho através de seus
pensamentos, suas palavras e ações, e era orientado para o bem pelos
fravashis (espécie de anjos), como o que aparece na imagem mais abaixo.
Alguns dizem que este símbolo representa o próprio Ahura Mazda, o que é
uma inverdade, pois eram proibidas as representações desse deus
(conceito depois adotado pelos judeus e cristãos para o seu Criador).
Imagens:
Dante no Cocito
Espada do mangá/anime
Símbolos maias
Cabeças de Hipnos de lado,
base para o Muro das Lamentações
Colunata de Bristol, em Portmeirion, País de Gales,
inspiração para o palácio da Judeca
Dragão Smaug
Disco solar alado
· Alone
Alone, do inglês, quer dizer
“solitário, sozinho, separado”, pois o deus Hades, por sua própria
natureza, mantém-se distante do nosso mundo. Além do mais, segundo a
mitologia grega, o deus nunca se uniu a pessoa alguma, nem mesmo
sexualmente, permanecendo eternamente puro. É que, mesmo tendo se casado
com Core/Perséfone, filha de Zeus e Deméter, sua esposa jamais se
entregou a ele, por ter se casado à força com o deus dos mortos. Hades
nunca soube o que é o amor.
Outra razão pode ser entendida pelo poema “Alone” (“Solitário”), de 1875, de Edgar Allan Poe. Segue o poema:
Da hora da infância não tenho sido
Como os outros foram — não tenho visto
Como os outros viram — não posso trazer
As minhas paixões de uma Primavera comum —
Da mesma fonte não tomei
A minha tristeza — não posso despertar
O meu coração a alegria no mesmo tom —
E tudo que amei — amei sozinho —
Então — na minha infância — na alvorada
Da vida mais tempestuosa — foi desenhado
De cada profundidade do bom e doente
O mistério que me ainda ata —
Da torrente, ou a fonte —
Do penhasco vermelho da montanha —
Do sol que ao redor de mim rolou
No seu Outono tinto de ouro—
Do relâmpago no céu
Como ele passou-me voando por —
Do trovão, e a tempestade —
E a nuvem que tomou a forma
(Quando o resto do Céu era azul)
De um demônio na minha visão —
Vêem como se dá a relação entre a
solidão do poeta (a solidão do artista, como o amigo de Tenma) e outros
sentimentos com as cores, lembrando que o jovem Alone, de The Lost
Canvas, também é um pintor?
Diferentemente da maioria dos
autores de contos de terror, Edgar Allan Poe usa uma espécie de terror
psicológico em suas obras: seus personagens oscilam entre a lucidez e a
loucura, quase sempre cometendo atos infames ou sofrendo de alguma
doença.
Seus temas mais recorrentes lidam
com questões da morte, incluindo sinais físicos dela, os efeitos da
decomposição, interesses pela reanimação dos mortos e o luto. Muitas das
suas obras são geralmente consideradas partes do gênero do romantismo
negro, uma reação literária ao transcendentalismo, do qual Poe
fortemente não gostava.
TÂNATOS
Tânatos tem como raiz o indo-europeu
'dhuen', "dissipar-se, extinguir-se". O sentido de "morrer", ao que
parece, é uma inovação do grego. O morrer, no caso, significa
ocultar-se, ser como sombra, uma vez que na Grécia o morto tornava-se
‘eídolon’, um “ídolo”, como que um retrato em sombras, um "corpo
insubstancial". Tânatos, que tinha coração de ferro e entranhas de
bronze, é o gênio masculino alado que personifica a Morte. Na tragédia
grega, surgiu como personagem pela primeira vez na obra de Erínico
(século VI a.C.), mas, na realidade, só se afirmou a partir da tragédia
de Eurípides, Alceste. Tânatos não tem um mito propriamente seu. O
combate que ele trava com Héracles na Alceste e sua desventura com o
embusteiro Sísifo, apesar de serem extrapolações de cunho popular, muito
contribuíram para fazer do deus da morte uma personagem dramática.
Sobre os seus problemas com Sísifo,
ver Sísifo de Sagitário. A luta com Héracles foi mais simples: quando
Alceste morreu, o herói, por gratidão ao rei Admeto, que, num momento de
tão grande dor, lhe dera hospitalidade, dirigiu-se apressadamente ao
túmulo da rainha e lá travou gigantesca batalha com Tânatos,
arrebatando-lhe Alceste. Vencida a Morte, a rainha de Feres foi
devolvida ao hospitaleiro Admeto mais jovem e mais bela que nunca.
Filho da Noite e irmão de Hipnos, o
Sono, possui como sua mãe e irmão o poder de regenerar. Quando se abate
sobre um ser, se este orientou sua vida apenas num sentido material,
animalesco, a Morte o lançará nas trevas; se, pelo contrário, deixou-se
guiar pela bússola do espírito, ela mesma lhe abrirá as cortinas que
conduzem aos campos da luz. Libertadora dos sofrimentos e preocupações, a
Morte não é um fim em si; ela pode nos abrir as portas para o reino do
espírito, para a vida verdadeira: a morte é a porta da vida.
Na iconografia antiga, Tânatos é
representado por um túmulo, uma personagem armada com uma foice, um
gênio alado, dois jovens, um preto, outro branco, um esqueleto, um
cavaleiro, uma dança macabra, uma serpente, um animal psicopompo, como o
cavalo, o cão...
O simbolismo geral da Morte aparece
ainda no décimo terceiro arcano maior do Tarô, arcano que não tem nome,
como se o treze já lhe conferisse identidade definitiva ou se temesse
nomeá-lo. Em 'Saint Seiya', os gêmeos Hipnos e Tânatos nasceram no dia
13 de junho, primeiro por conta da simbologia do número 13, e, segundo,
porque essa data pertence ao signo zodiacal de Gêmeos. Outros detalhes
sobre o dia 13 de junho, veja no perfil de Pandora, mais abaixo.
Na antigüidade, realmente, o número
treze possuía uma conotação maléfica, perigosa, simbolizando o curso
cíclico da atividade humana, a passagem a outro estado, quer dizer, a
Morte.
Sobrepeliz:
Como, tanto na mitologia como em Saint Seiya, o deus Tânatos é mais
agressivo que o seu irmão gêmeo, Hipnos, é bem natural que a sua
armadura também seja. Portanto, o traje do deus da morte lembra detalhes
de um dragão, com asas eriçadas e muitas pontas ameaçadoras.
Poderes:
Falemos da Fobia do Tártaro: a caveira com a boca arreganhada é uma
indicação de que a morte é o término de todas as preocupações terrestres
e a passagem para um lugar melhor; já quanto à caveira com asas, ela
era, no passado, um símbolo de boa sorte. Hoje, para milhares de
aventureiros ao redor do mundo, a caveira alada é ainda um símbolo de
boa sorte e viagens felizes.
Ela deriva da miscigenação de dois
símbolos: Tânatos, na mitologia grega, era representado com um par de
asas na cabeça, como seu irmão, Hipnos; a partir da Idade Média,
entretanto, a personificação da morte passou a ser representada sob a
forma de um esqueleto humano ou, simplesmente, de uma caveira.
A versão mais antiga que se conhece
da caveira alada data pelo menos de aproximadamente 1690, no Período
Puritano da história estadunidense. A imagem era originalmente usada em
lápides e chamavam-na "a cabeça da morte".
Relacionando com o golpe de Tânatos,
podemos dizer que as caveiras aladas de boca escancarada representam
justamente isso: um final feliz às agruras terrenas, tão desejada pelos
que sofrem nesta vida. No entanto, nem por isso a morte deixa de causar
temor; assim, este golpe de Tânatos se chama Fobia do Tártaro, o medo
que todos experimentam ao adentrar no outro mundo, através da passagem
chamada morte.
Atualmente, é um símbolo das motos Harley-Davidson.
Símbolo: O pentagrama, a estrela de cinco pontas.
Na cultura japonesa, o pentagrama é
um símbolo de poder mágico, associado com o onmyoji (mago experto nas
técnicas do onmyojutsu) Abe-no-Seimei; é um diagrama do "ciclo de
superação" dos cinco elementos chineses (onde um elemento "propicia" o
outro e, ao mesmo tempo, "destrói" ainda outro elemento). Como em muitos
outros países não-cristãos, com uma classe diferente de associações
ligadas ao símbolo, não existe, entre os japoneses, um estigma social
relacionado a ele.
Simbolicamente, os pentagramas eram
usados na Grécia antiga e em Babilônia, assim como hoje, como um símbolo
de fé por muitos wiccanos, semelhante ao uso da cruz pelos cristãos e a
Estrela de Davi pelos judeus. O pentagrama tem associações mágicas, e
muitas pessoas que praticam crenças neopagãs usam assessórios que
incorporam o símbolo.
Os cristãos comumente o usam para
representar as cinco chagas de Cristo, e o símbolo também tem seus
significados dentro da Maçonaria.
Imagens:
Caveira alada numa lápide, cemitério de Nova Inglaterra, EUA
Caveira alada da Harley-Davidson
HIPNOS
Na mitologia grega, Hipnos era a
personificação do sono (da raiz indo-européia ‘suep’, "aquietar-se,
dormir"); o equivalente romano era conhecido como Sono (‘Somnus’). Tinha
como irmão gêmeo Tânatos ("morte") e sua mãe era Nix ("noite"), uma
deusa primordial. O seu palácio ficava numa caverna escura onde o sol
nunca brilha e de onde fluía o rio Lete, o rio do Esquecimento, que
desaguava no Submundo. Na entrada encontravam-se inúmeras papoulas e
outras plantas hipnogógicas (“que conduzem ao sono”, isto é,
soporíferas). Esta é a versão do romano Virgílio, mas Homero o põe na
ilha grega de Lemnos, e o romano Ovídio no longínquo país dos cimérios,
na costa do mar Negro. Alado, percorre rapidamente o mundo e adormece
todos os seres.
Os três filhos ou irmãos de Hipnos representam elementos dos sonhos, e são conhecidos como os Oniros: Morfeu, Fobétor e Fântaso.
Endímion, condenado por Zeus ao sono
eterno, recebeu de Hipnos o poder de dormir com os olhos abertos para
olhar constantemente a sua amada Selene. Entretanto, segundo o poeta
Licínio de Quios, Hipnos, espantado com a beleza de Endímion, faz sim
com que ele durma com os olhos abertos, mas para que ele mesmo pudesse
admirar por completo o seu rosto.
Na arte, Hipnos é retratado como um
jovem homem nu, às vezes com barba, e asas presas à sua cabeça. Ele é às
vezes mostrado como um homem adormecido em uma cama de penas com
cortinas negras sobre ele. Morfeu é o seu ministro principal e impede
barulhos que possam acordá-lo. Em Esparta, a imagem de Hipnos sempre era
posta ao lado da imagem de Tânatos, a morte, seu irmão.
Sobrepeliz:
Talvez, o item mais característico da armadura de Hipnos seja a asa
postada do lado direito do seu elmo. Kurumada tirou essa idéia de uma
famosa cabeça de bronze representando o deus (ver imagem mais abaixo),
justamente com uma asa do lado direito da cabeça. Entretanto, a peça
originalmente tinha asas iguais de cada lado da cabeça, e uma veio a se
quebrar. Em contrapartida, Kurumada criou a armadura de Tânatos com uma
asa do lado esquerdo do elmo.
Fora isso, a “cauda de pavão” que
fica na parte de trás de sua armadura deve lembrar o pavão de Hera, cuja
cauda foi enfeitada com os olhos do monstro Argos, adormecido numa
armadilha de Hermes para libertar a princesa ou ninfa Io, mantida
prisioneira sob a forma de uma novilha (ver Io de Cila em Reino do Mar),
e também a passagem da Ilíada em que a esposa de Zeus chama pelo deus
Sonho (na verdade, Oniro e não Hipnos) para adormecer o marido e, assim,
poder ajudar os gregos na Guerra de Tróia sem a interferência do senhor
dos deuses.
Símbolo:
O hexagrama, a estrela de seis pontas, também chamado de Estrela de
Davi ou Estrela de Salomão. Para saber sobre este símbolo, ver Noesis de
Triângulo, em Santos de Prata.
Poderes:
O golpe Sonolência Eterna faz uma explícita referência ao episódio em
que Hipnos, por solicitação de Zeus, faz com que o pastor Endímion durma
para sempre, preservando a sua beleza.
O tarô de Rider-Waite, que aparece
quando Hipnos aplica a Sonolência Eterna, apesar de não ser o tarô mais
popular no Brasil (o tarô de Marselha é o mais usado), é sem dúvida um
dos baralhos melhor referenciados dentro do Ocultismo. Este baralho foi
introduzido no mundo através do místico estadunidense Arthur Edward
Waite. Este baralho foi publicado em 1910 num livro de Waite intitulado
"Pictorial Key to the Tarot", supervisionando todas as tradições e
história do significado de cada carta.
Os desenhos foram feitos pela artista Pamela Colman Smith.
Imagens:
Hipnos com a asa na cabeça,
cópia romana de um original grego de 325-275 a.C.
encontrado em Civitella d'Arna, perto de Perugia, na Itália
Tarô de Rider-Waite
OS ONIROS
Na mitologia grega, os Oniros
('Oneiroi', em grego, que quer dizer "Sonhos", no plural) eram irmãos,
segundo Hesíodo, ou filhos, segundo Ovídio, de Hipnos, o deus do sono.
Eles eram as personificações dos sonhos, representados como demônios de
asas negras (tal como em ‘The Lost Canvas’), e dizia-se que viviam nas
costas ocidentais do distante Oceano, em uma caverna perto da fronteira
com o reino de Hades.
Os deuses enviavam sonhos aos
mortais de uma das duas portas aí localizadas, as chamadas Portas de
Morfeu: os sonhos verdadeiros emergiam de uma porta feita de chifres, ao
passo que os sonhos falsos eram enviados por uma porta formada de
marfim. Eles são descritos na Odisseia de Homero, na Teogonia de
Hesíodo, nas Metamorfoses de Ovídio e resumidamente mencionados na
Eneida de Virgílio, quando Eneias está voltando do Submundo. Hesíodo
estabelece-os como filhos de Nix por partenogênese (sem concurso de
macho) ou dela com Érebo. Segundo Eurípides, sua mãe foi Gaia.
O Oniro mais poderoso era Morfeu.
Seus irmãos Fobétor (também conhecido como Ícelo) e Fântaso trabalhavam
partes de sonhos, enquanto ele formava o sonho como um todo. Morfeu
formava figuras humanas, Fobétor as de animais, enquanto Fântaso formava
objetos inanimados.
· Oniro das Premonições
Oniro (‘Óneiros’, “Sonho”, no
singular) é conhecido por Homero e está presente em sua Ilíada,
comparecendo já no segundo canto da epopéia. Ele não é, no entanto,
contabilizado entre os filhos ou irmãos de Hipnos, sendo, em verdade,
uma versão mais antiga de Morfeu, Ícelo e Fântaso numa única divindade,
magistralmente lembrada por Shiori Teshirogi ao criar o monstro nascido
da união dos seguidores de Hipnos.
Segundo Homero, Zeus, em cumprimento
de sua promessa a Tétis, que lhe havia pedido para castigar os gregos
enquanto seu filho Aquiles não tivesse a honra reparada, envia um ‘ûlos
Óneiros’, um "Sonho funesto" e enganador a Agamenon para empenhá-lo na
luta contra os troianos. É que, logo no início da Ilíada, Agamenon, rei
de Micenas, havia tomado a linda Briseida, cativa troiana, de Aquiles,
ofendendo o filho de Tétis, que se retirou da guerra. Ora, como o
oráculo havia predito que os gregos apenas venceriam se contassem com a
participação de Aquiles, o seu desentendimento com Agamenon e sua
conseqüente retirada somente causou o mal entre os seus iguais.
Voltando ao sonho enviado por Zeus,
Óneiros ou Oniro surge sob a forma de Nestor e repreende fingidamente o
rei de Micenas, revelando-lhe que o próprio Zeus deseja ação imediata e
os imortais todos querem a vitória aquéia e a ruína de Tróia.
A carnificina dos aqueus (os
“gregos” ainda não existem como povo em Homero), causada pelo sonho
enganoso enviado por Zeus a Agamenon, só iria acabar quando o príncipe
troiano Heitor matasse Pátroclo, primo e melhor amigo ou amante de
Aquiles, o que lhe causou profunda dor e revolta, fazendo-o retornar à
guerra e trazer novas vitórias aos exércitos da Hélade.
A passagem do mangá que diz que
Oniro dizimou um país inteiro numa única noite parece ser invenção de
Shiori Teshirogi, sem correlação com a autêntica mitologia, ou talvez
uma má tradução de uma referência à ação dele no sonho de Agamenon, que
resultou na quase dizimação dos aqueus.
Sobrepeliz:
· Morfeu dos Sonhos dos Heróis
Morfeu, que em grego significa
"forma" ou "aquele que dá forma, modela", é o deus grego dos sonhos. Ele
tem a capacidade de tomar a forma de qualquer ser humano e aparecer em
sonhos, mas é descrito com asas nas costas quando na sua forma
verdadeira.
Ele é o filho de Hipnos, o deus do
sono, e sua mãe é a mais nova das Graças, Pasiteia, mas se conta que
Pasiteia fora na verdade a sua esposa; Nix, a deusa da noite, é sua avó.
Morfeu, como seus irmãos Fobétor (ou Ícelo) e Fântaso, tem asas no
dorso. Uma versão diz que os Oniros nasceram com as asas, mas outra
conta que elas lhes foram dadas por seu tio Tânatos como presente.
Como sua mãe Pasiteia e o pai Hipnos
não têm asas (numa versão), Morfeu usava as suas para ajudá-los a
adentrar nos sonhos. Ele também as usava para transportar o pai ao mundo
dos sonhos de Morfeu, onde Fobétor e Fântaso também vivem.
É desconhecido se Morfeu teve uma
esposa, embora muitas vezes fosse retratado ao lado de Íris, a
personificação do arco-íris, mensageira de Hera.
O Mundo dos Sonhos (Demos Oneiroi em grego) é
protegido pelas já mencionadas Portas de Morfeu, que têm dois monstros
capazes de trazer à tona os medos de um eventual invasor. Somente outro
deus pode entrar no mundo dos sonhos. É interessante que o seu mundo dos
sonhos seja onde a sua família vivia – deuses exilados do monte Olimpo.
Elementos notáveis do mundo dos sonhos de Morfeu são o rio do
Esquecimento e o rio do Olvido.
Diz-se que Morfeu sempre observa os sonhos das pessoas como uma sombra.
Ele envia imagens de seres humanos
em sonhos ou visões, e é responsável por formar sonhos, ou dar a forma
aos seres que habitam sonhos. Morfeu também tinha a responsabilidade
especial pelos sonhos dos reis e heróis. Para essa razão, ele muitas
vezes é tido como o deus grego dos sonhos por excelência, em detrimento
de seus irmãos.
Morfeu é mencionado nas Metamorfoses
de Ovídio. Também acreditam que na Ilíada ele é o deus conhecido como
"Sonho", que atendeu um pedido de Hera, em troca do qual ele recebeu
Pasiteia como esposa (segundo a versão em que esta Graça é sua esposa).
Ele também é mencionado em "A Rainha das Fadas" ('The Faerie Queene',
1590), de Edmund Spenser. Ele dorme em uma cama de ébano numa caverna
parcamente iluminada, rodeada de flores de papoula.
A droga morfina (do grego 'mórphion,
morphia', e do latim 'morphium') tem o seu nome derivado de Morfeu,
dado o seu poder de induzir ao sono.
Sobrepeliz:
Locais:
Morfia, o nome dado ao mundo dos sonhos de Morfeu em ‘The Lost Canvas’,
vem de ‘morphia’, “morfina” em grego, uma droga analgésica soporífera
altamente potente.
A morfina é um fármaco narcótico do grupo dos opióides, que é usado no tratamento sintomático da dor. Ela está presente no ópio.
O ópio (do grego 'ópion', "suco de
papoula") é um suco espesso que se extrai dos frutos imaturos de várias
espécies de papoulas soníferas (gênero 'Papaver'), e que é utilizada
como narcótico.
Os gregos chamavam 'ópion',
diminutivo de 'opós' ("suco vegetal"), ao suco das papoulas, cujo poder
hipnótico e euforizante os sumérios já conheciam há seis mil anos e
chamavam a papoula de planta da alegria.
Homero descreve na Odisséia os
efeitos desta planta muito conhecida na Grécia clássica, ainda que seu
uso, curiosamente, não tenha se estendido ao resto da Europa a partir
dos gregos, mas sim dos árabes, que recolhiam o ópio no Egito, onde era
usado amplamente na medicina, e o levavam para vendê-lo tanto no Oriente
como no Ocidente; foram, assim, os primeiros narcotraficantes num tempo
em que esta profissão era mais prestigiada, mas que, em compensação,
rendia menos lucros do que hoje.
Os deuses gregos Hipnos (o sono),
Nix (a noite), e Tânatos (a morte) eram representados entrançados com
papoulas ou colhendo suas flores. As papoulas também frequentemente
adornavam estátuas de Hades, Apolo, Asclépio, Deméter, Afrodite, Cibele e
Ísis, simbolizando o olvido noturno.
· Ícelo (Fobétor) das Ilusões
Na mitologia grega, Fobétor
("assustador", em grego, pois deriva de ‘phobos’, “medo”) era um dos
filhos de Hipnos, o deus do sono, e Pasiteia, (a mais jovem das três
Graças.). Fobétor era um dos Oniros, a personificação dos pesadelos; ele
aparecia em sonhos na forma de animais ou monstros. Entre os deuses,
ele era conhecido pelo seu nome verdadeiro, Ícelo ('Ikelos',
"semelhança").
Fobétor vivia junto com seus irmãos,
Morfeu e Fântaso, no mundo dos sonhos, e criava pesadelos e medos dos
mortais na Terra. Foi ele quem criou para Morfeu os dois monstros que
guardam as portas do mundo dos sonhos.
Sobrepeliz:
Locais: Ícelo governa o Reino de Fobia, segundo o anime de The Lost Canvas, embora não tenha encontrado nenhuma referência a algum lugar homônimo.
A fobia (do grego phobos, "medo") é definida como um medo persistente de um objeto (animado ou inanimado) ou situação em que o doente se compromete a evitá-los, geralmente desproporcionais ao perigo real que se colocam, muitas vezes sendo reconhecidos como irracionais.
Locais: Ícelo governa o Reino de Fobia, segundo o anime de The Lost Canvas, embora não tenha encontrado nenhuma referência a algum lugar homônimo.
A fobia (do grego phobos, "medo") é definida como um medo persistente de um objeto (animado ou inanimado) ou situação em que o doente se compromete a evitá-los, geralmente desproporcionais ao perigo real que se colocam, muitas vezes sendo reconhecidos como irracionais.
· Fântaso das Formas Temporais
Na mitologia grega, Fântaso
("fantasma", em grego) era filho de Hipnos e um dos Oniros. Ele aparecia
em sonhos na forma de objetos inanimados.
Fântaso vive no mundo dos sonhos de Morfeu com seus dois irmãos, Morfeu e Fobétor, cuidando dos sonhos dos seres humanos.
Apesar da aparência feminina que
Teshirogi deu a Fântaso em ‘The Lost Canvas’ (o que não comprova seu
gênero sexual), esse deus é do sexo masculino.
No anime, fica mais claro que o deus usava uma espécie de casca que lhe dava uma aparência feminina.
No anime, fica mais claro que o deus usava uma espécie de casca que lhe dava uma aparência feminina.
Sobrepeliz:
Locais:
Na versão em anime de The Lost Canvas, Fântaso governa o Reino de
Fantasia. Como nome de lugar, Fantasia é o mundo paralelo ao nosso em
que se ambienta o filme de fantasia épica A História Sem Fim (The NeverEnding Story,
no original), lançado no ano de 1984. O filme foi baseado num livro de
mesmo nome, escrito por Michael Ende em 1979, onde Fantasia é chamada de
Fantastica (sem acento em inglês).
Em tempo, fantasia é uma situação imaginada por um indivíduo que não tem qualquer base na realidade, mas expressa certos desejos ou objetivos por parte do seu criador.
Em tempo, fantasia é uma situação imaginada por um indivíduo que não tem qualquer base na realidade, mas expressa certos desejos ou objetivos por parte do seu criador.
REPRESENTANTE
PANDORA HEINSTEIN
Para
perder o homem, Zeus ordenou a seu filho Hefesto que modelasse uma
mulher ideal, fascinante, semelhante às deusas imortais: Pandora.
Pandora provém, em grego, de 'pân', todo, e 'dôron', presente, e
significaria, assim, um dom, um presente ('dôron') de todos ('pánton')
os deuses. Do ponto de vista religioso, Pandora é uma divindade da terra
e da fecundidade. Como Anesidora, a que faz germinar, sair de baixo
para cima, antigo epíteto de Deméter, é representada na arte figurativa
"saindo da terra", pois foi modelada na argila, própria das divindades
ctônias e agrárias.
Pandora
é, no mito, apresentado pelo poeta Hesíodo, que a chama de “mal tão
belo”, a primeira mulher modelada em argila e animada por Hefesto, que,
para torná-la irresistível, teve a cooperação preciosa de todos os
imortais. Atena ensinou-lhe a arte da tecelagem, adornou-a com a mais
bela indumentária e ofereceu-lhe seu próprio cinto (e pensar que, em
Saint Seiya, elas são inimigas); Afrodite deu-lhe a beleza e
insuflou-lhe o desejo indomável que atormenta os membros e os sentidos;
Hermes, o mensageiro, encheu-lhe o coração de artimanhas, imprudência,
astúcia, ardis, fingimento e cinismo; as Cárites (Graças) divinas e a
augusta Peito (Persuasão) embelezaram-na com lindíssimos colares de ouro
e as Horas coroaram-na de flores primaveris... Por fim, o mensageiro
dos deuses, de novo Hermes, concedeu-lhe o dom da palavra e chamou-a
Pandora, porque são todos os habitantes do Olimpo que, com este
presente, "presenteiam" os homens com a desgraça!
Satisfeito
com a cilada que armara contra os mortais, o pai dos deuses enviou
Hermes com o "presente" a Epimeteu. Este se esquecera da recomendação de
Prometeu ("o que pensa antes, o previdente") de jamais receber um
presente de Zeus, se desejasse livrar os homens de uma desgraça.
Epimeteu ("o que pensa depois, o inconseqüente"), porém, aceitou-a, e,
quando o infortúnio o atingiu, foi que ele compreendeu...
A
raça humana vivia tranqüila, ao abrigo do mal, da fadiga e das doenças,
mas quando Pandora, por curiosidade feminina, abriu a jarra de larga
tampa, que trouxera do Olimpo, como presente de núpcias a Epimeteu, dela
evolaram todas as calamidades e desgraças que até hoje atormentam os
homens. Só a esperança permaneceu presa junto às bordas da jarra, porque
Pandora recolocara rapidamente a tampa, por desígnio de Zeus.
É assim, que, silenciosamente, as calamidades, dia e noite, visitam os mortais.
Armadura:
Em The Lost Canvas, Pandora usa um interessante traje metálico sobre a
roupa que, apesar da coloração e de ser feito de metal, não é uma
Sobrepeliz e muito menos uma armadura divina. Deve ser um traje metálico
comum.
Se
virmos bem, o espartilho, a parte que cobre o tórax da moça, parece
formar uma caixa, uma urna, e deve se relacionar ao cinto que Atena deu à
Pandora mitológica. E, se colocarmos as diversas cobras que adornam a
coxa direita e o antebraço esquerdo saindo de dentro dessa “urna”,
tem-se a representação da legendária caixa de Pandora, com os males
representados pelos ofídios (ver logo a seguir, ao se falar dos poderes
de Pandora).
Só
nos restariam os protetores do antebraço direito, do pescoço e dos
tornozelos, que, de alguma forma, devem ser inclusos na composição.
Poderes:
A serpente, vista se materializando no momento em que Pandora rouba o
oricalco das mãos de Unity e Dégel no templo submarino de Poseidon (em
The Lost Canvas), no seu golpe “Nobre Veneno” (‘Noble Venom’) e também
nos detalhes da armadura que adornam a vestimenta dela, que se tornam
serpentes reais e atacam as vítimas da pérfida mulher, é a manifesta
personificação da desobediência e da provocação a Deus. Por este motivo
foi sempre associada a uma representação das forças do mal. A “serpente
falante” (‘nachash’) no Jardim do Éden induziria ao conhecimento
proibido, mas não é identificada com Satã no Livro do Gênesis. Não há,
contudo indicação neste livro sagrado que a serpente era uma divindade
em seu próprio direito, com exceção do fato que o Pentateuco (os cinco
primeiros livros da Bíblia, atribuídos a Moisés) não é abundante em
animais falantes.
A
informação dada pela serpente a Eva poderia ser proibida, e foram as
suas palavras as primeiras mentiras relatadas na Bíblia: "certamente não
morrereis...". A serpente é usada como um símbolo voltado para o
demônio, para o mal no Catolicismo e no Protestantismo.
Durante
o Êxodo, os israelitas puseram-se a pecar, ao que Javé enviou serpentes
agressivas para matar muitos deles com suas picadas venenosas. Embora
tenha sido amaldiçoada por seu papel no Éden, este não foi o fim da
serpente, que continuou a ser venerada na religião popular de Judá e foi
tolerada pela religião oficial até o tempo do rei Ezequias.
A
serpente é uma antiga divindade da sabedoria no Oriente Médio e na
região do mar Egeu (ver Satélites, em Reino do Céu), sendo,
intuitivamente, um símbolo telúrico. Pelo fato da serpente trocar de
pele muitas vezes na sua vida e surgir sempre com uma nova, brilhante e
fresca, ela se tornou um símbolo universal da renovação e da
regeneração, que podem conduzir à imortalidade.
Locais:
O Castelo Heinstein, pertencente à família em que Pandora nasceu no
século 20, foi inspirado no Castelo Neuschwanstein, “Novo Cisne de
Pedra” em alemão ('neu schwan stein'), iniciado em 5 de setembro de
1869, 2 dias depois do aniversário de Pandora.
No
dia 13 de junho de 1886 (aniversário dos deuses gêmeos Hipnos e
Tânatos, libertados pela moça na saga de Hades do século 20), o corpo do
rei Luís II da Baviera, idealizador do castelo, foi encontrado afogado
no Lago Starnberger, juntamente com Von Gudden, o psiquiatra que o
certificou. As circunstancias exatas da sua morte permanecem
inexplicadas.
Imagem:
Castelo Neuschwanstein
O PARAÍSO
O
Paraíso é a terceira e última parte da Divina Comédia de Dante. Ele é
uma alegoria que narra a visão de Dante do Céu, guiado por Beatriz, a
mulher ideal de Dante. No poema, o Paraíso é representado por esferas
concêntricas que rodeiam a Terra, composto pela Lua, Mercúrio, Vênus,
Sol, Marte, Júpiter, Saturno, Estrelas Fixas, Primum Mobile e
finalmente, o Empíreo. Foi escrito no início do século XIV.
Desse
modo, existem sete céus móveis, cada um correspondendo a um planeta,
sendo o primeiro o da Lua. Em cada um dos céus Dante é abençoado e
depois segue ao encontro de Deus. A inexistência dos planetas Urano,
Netuno e Plutão (recentemente “rebaixado” à condição de planeta-anão) se
explica simplesmente em razão de eles não terem sido descobertos até a
época moderna – embora, infelizmente, Shiori Teshirogi tenha mudado os
nomes da maioria dos Céus, substituindo-os pelos nomes dos modernos
planetas do Sistema Solar.
O
oitavo céu, ou o primeiro céu fixo (o das Estrelas Fixas), é onde as
estrelas têm a configuração que vemos no "nosso" céu. Depois se vai para
o segundo céu fixo, ou nono céu (Primo Mobile), que é o céu cristalino,
ou seja, não tem estrelas, é quase só luz, mas é material. O décimo céu
é só luz, é o terceiro céu fixo, e é imaterial. No centro desse céu há
uma rosa branca, que é Deus rodeado por almas, espíritos bons (eleitos,
bem-aventurados, santos, anjos). É uma rosa poética. No centro da rosa
existe um triângulo, a Santíssima Trindade. São Bernardo acompanha Dante
a partir do terceiro céu. Dante então vê Deus, pois São Bernardo
intercede junto à Virgem Maria e esta concede sua visita.
Os pontos principais do Paraíso de Hades são os Palácios Malignos das Estrelas (Hoshi no Makyuu), sendo cara um protegido por um Guardião Astral.
GUARDIÕES ASTRAIS
XXX
Nome:
Sobrepeliz:
Palácio Maligno: Lua, a primeira esfera (nona e última, em The Lost Canvas).
A
esfera da Lua é aquela das almas de quem abandonou os seus votos,
tornando-se deficiente na virtude da fortaleza da alma (Cantos II ao V).
Dante encontra Piccarda, a irmã de um amigo de Dante, Forese Donati,
que morreu um pouco depois de ser forçosamente retirada de seu convento.
Beatriz discursa sobre a liberdade da vontade e a inviolabilidade dos
votos sagrados.
Poderes:
Locais:
YOUMA DE MEFISTÓFELES (não confirmado)
Nome: Ver mais adiante nesta seção, entre as Estrelas Celestes.
Sobrepeliz:
Palácio Maligno: Mercúrio, a segunda esfera (primeira, em The Lost Canvas).
A
esfera de Mercúrio é aquela das almas de quem fez o bem sem o desejo da
fama, mas que, sendo ambiciosas, foram deficientes na virtude da
justiça (Cantos V ao VII). Justiniano reconta a história do Império
Romano. Beatriz explica a Dante a indenização dos pecados da humanidade
por Cristo.
Poderes:
Locais:
RUNE DE BALRON
Nome: Ver mais adiante nesta seção, entre as Estrelas Celestes.
Sobrepeliz: Idem.
Palácio Maligno: Vênus, a terceira esfera (segunda, em The Lost Canvas).
A
esfera de Vênus é aquela das almas de quem fez o bem não
necessariamente ligado ao amor, mas foram deficientes na virtude da
temperança (Cantos VIII e IX). Dante encontra Carlos Martel de Anjou,
que deprecia aqueles que adotam vocações impróprias, e Cunizza da
Romano. Folquet de Marseille indica Rahab, a alma mais brilhante entre
aqueles desta esfera, e condena a cidade de Florença por produzir a
"flor maldita" (o florim, moeda da época), que é responsável pela
corrupção da Igreja.
Poderes:
Locais:
KAGAHO DE BENU
Nome: Ver mais adiante nesta seção, entre as Estrelas Celestes.
Sobrepeliz: Idem.
Palácio Maligno: Terra, esfera não mencionada no Paraíso da Divina Comédia (terceira, em The Lost Canvas).
Poderes:
Locais:
XXX
Nome:
Sobrepeliz:
Palácio Maligno: Sol, a quarta esfera (ainda não mencionada em The Lost Canvas).
A
esfera do Sol é aquela das almas dos sábios, que personificam a
prudência (Cantos X ao XIV). Dante é dirigido por São Tomás de Aquino,
que reconta a vida de São Francisdo de Assis e lamenta a corrupção da
sua própria Ordem Dominicana. Dante então é encontrado por São
Boaventura, um franciscano, que reconta a vida de Domingos de Gusmão,
fundador da Ordem Dominicana, e lamenta a corrupção da Ordem
Franciscana. As duas ordens nem sempre foram amistosas na Terra, mas têm
membros de uma ordem que louvam o fundador da outra, demonstrando o
amor presente no Céu. Dante dispõe os sábios em dois de doze círculos;
as suas escolhas de quem incluir revelam a sua avaliação sobre os
importantes filósofos dos tempos medievais. Alberto Magno, Pedro
Lombardo, e Sigier de Brabante estão entre os incluídos. Finalmente, São
Tomás apresenta o Rei Salomão, que responde à pergunta de Dante sobre a
doutrina da ressurreição do corpo.
Poderes:
Locais:
ASPROS DE GÊMEOS
Nome: ‘Aspros’,
em grego, quer dizer “branco” (da mesma forma que o termo ‘leukó’).
Provavelmente, a razão da escolha desse nome é por conta de ele
representar a luz, enquanto Deúteros, seu irmão gêmeo, representa a
sombra, aliás, a “sombra” do próprio Aspros.
Sobrepeliz: Aspros veste a Sobrepeliz de Gêmeos, versão sombria do Hábito de Gêmeos (ver em Santos de Ouro).
Palácio Maligno: Marte, a quinta esfera (quarta, em The Lost Canvas).
A
esfera de Marte é aquela das almas de quem lutou pela cristandade, e
que personificam a fortaleza da alma (Cantos XIV ao XVIII). As almas
nesta esfera formam uma cruz enorme. Dante fala com a alma do seu
antepassado Cacciaguida, que louva as antigas virtudes dos residentes de
Florença, reconta a subida e a queda de famílias florentinas e prediz o
exílio de Dante de Florença, antes de finalmente introduzir algumas
almas de guerreiros notáveis (entre eles Josué [da Bíblia], Rolando
[personagem da literatura medieval e renascentista européia inspirado
num obscuro conde que viveu no século VIII, na época da dinastia
carolíngia, morto heroicamente ao lutar contra os mouros na Península
Ibérica], Carlos Magno [primeiro Imperador do Sacro Império
Romano-Germânico], e Godofredo de Bulhão [um dos líderes da Primeira
Cruzada e o primeiro soberano do Reino Latino de Jerusalém]).
Poderes:
Locais:
VALENTINE DE HARPIA
Nome: Ver mais adiante nesta seção, na parte das Estrelas Celestes.
Sobrepeliz: Idem.
Palácio Maligno: Júpiter, a sexta esfera (quinta, em The Lost Canvas).
A
esfera de Júpiter é aquela das almas de quem personificou a justiça, um
dos grandes temas de Dante (Cantos XVIII ao XX). As almas daqui
explicam a expressão latina "Justiça amorosa, vós que julgais a terra"
nos mínimos detalhes, e logo se arranjam na forma de uma águia imperial.
Estão aqui presentes os reis Davi e Ezequias da Bíblia, os imperadores
Trajano (convertido à cristandade segundo uma lenda medieval),
Constantino e Guilherme II da Sicília, e (Dante se assombra) Rifeu
(herói troiano da Eneida de Virgílio), salvos pela clemência de Deus.
Poderes:
Locais:
RADAMANTES DE WIVERN
Nome: Ver mais adiante nesta seção, na parte das Estrelas Celestes.
Sobrepeliz: Idem.
Palácio Maligno: Saturno, a sétima esfera (sexta, em The Lost Canvas).
A
esfera de Saturno é aquele dos contemplativos, que personificam a
temperança (Cantos XXI e XXII). Dante aqui encontra São Pedro Damião, e
discute com ele o monasticismo, a doutrina da predestinação e o triste
estado da Igreja. Beatriz, que representa a teologia, fica cada vez mais
encantadora aqui, indicando o discernimento mais íntimo do contemplador
na verdade de Deus.
Poderes:
Locais:
PARTITA DE CORUJA
Nome: É o nome da mãe de Tenma.
Partita
era originalmente o nome para uma peça de música instrumental executada
com um único instrumento (séculos 16 e 17), mas Johann Kuhnau e
compositores alemães posteriores (nomeadamente Johann Sebastian Bach)
usaram-na para coleções de peças musicais, como sinônimo de suíte.
Como a mãe de Tenma gostava muito de música clássica (era uma ótima dançarina de valsa), justifica-se aí a escolha do seu nome.
Sobrepeliz: A
coruja, em grego ‘gláuks’ ("brilhante, cintilante", porque enxerga nas
trevas; em latim ‘noctua’, "ave da noite"), era, como se disse,
consagrada a Atena. Ave noturna, relacionada, pois, com a lua, a coruja
não suporta a luz do sol, opondo-se, desse modo, à águia, que a recebe
de olhos abertos. Deduz-se, daí, que o mocho, em relação a Atena, é o
símbolo do conhecimento racional com a percepção da luz lunar por
reflexo, opondo-se, destarte, ao conhecimento intuitivo com a percepção
direta da luz solar. Explica-se talvez, assim, o fato de ser a coruja um
atributo tradicional dos adivinhos, simbolizando-lhes o dom da
clarividência, mas através de sinais que os mesmos interpretam. Ave das
trevas, ctônia portanto, a coruja é uma excelente conhecedora dos
segredos da noite. Enquanto os homens dormem, ela fica de olhos abertos,
bebendo os raios da lua, sua inspiradora. Vigiando os cemitérios ou
atenta aos cochichos da noite, essa núncia das trevas sabe tudo o que se
passa, tendo-se tornado em muitas culturas uma poderosa auxiliar da
mântica, da arte de adivinhar. Daí a tradição segundo a qual quem come
carne de coruja participa de seus poderes divinatórios, de seus dons de
previsão e presciência.
No
mito grego a coruja é representada por Ascáfalo, que, tendo denunciado a
Perséfone, no episódio em que ela come da romã dada por Hades, foi
transformado em mocho por Deméter. Ascálafo era filho de uma ninfa do
infernal rio Estige, Orfene, e do rio Aqueronte.
Mas,
já que os mortos governam as sementes, que alimentam os vivos, a coruja
é um símbolo digno de uma deusa também da vegetação: Atena.
Na
cultura japonesa, as corujas são vistas como símbolos negativos ou
positivos dependendo da espécie. Às vezes as corujas são vistas como os
mensageiros divinos dos deuses, enquanto a coruja-de-celeiro ou as
corujas-de-chifre são consideradas figuras demoníacas.
Palácio Maligno: Estrelas Fixas, a oitava esfera (sétima, em The Lost Canvas, onde é chamada de Urano), o primeiro céu fixo.
A
esfera das Estrelas Fixas é a esfera da Igreja Triunfante (Cantos XXII
ao XXVII). Aqui, Dante tem visões de Cristo e da Virgem Maria. Ele é
testado na fé por São Pedro, na esperança por São Tiago Maior, e no amor
por São João Evangelista. Dante justifica a sua crença medieval na
astrologia, cujo poder das constelações é um desenho de Deus.
Poderes:
Como Partita é a própria coruja mitológica da deusa Atena, encarnada
como humana, pode-se dizer que os seus poderes têm origem divina, no
mínimo o suficiente para figurar entre os Guardiões Astrais do Paraíso.
Infelizmente, porém, não tivemos revelado o nome do seu golpe.
Locais:
XXX
Nome:
Sobrepeliz:
Palácio Maligno: Primum Mobile, a nona esfera (oitava, em The Lost Canvas, onde é chamada de Netuno), o segundo céu fixo.
O
Primum Mobile ("Primeiro Móvel") é a residência dos anjos (Cantos XXVII
ao XXIX). Dante vê Deus como um ponto de luz rodeado de nove círculos
de anjos, os nove coros angelicais, e se fala da criação do universo.
Poderes:
Locais:
Do
Primum Mobile, Dante ascende a uma região além da existência física,
chamada de Empíreo (Cantos XXX ao XXXIII), o terceiro céu fixo e último.
Aqui, as almas de todos os crentes formam as pétalas de uma enorme
rosa. Beatriz deixa Dante com São Bernardo, porque a teologia,
representada pela musa do poeta, alcançou os seus limites. São Bernardo
reza à Maria em nome de Dante. Finalmente, Dante chega cara-a-cara
diante do próprio Deus, e lhe é concedido entender a natureza humana e a
divina.
A
sua visão está além da compreensão humana. Deus aparece como três
círculos igualmente grandes, um dentro do outro, que representam o Pai, o
Filho e o Espírito Santo – cada qual com a essência de Deus, separados
um do outro.
O
livro termina com Dante tentando entender como os círculos se ajustam
em conjunto – como o Filho, que é separado, mas é também ainda um com o
Pai – ao quê Dante exprimiu: "isso não foi um vôo das minhas asas", e a
visão de Deus fica igualmente inimitável e inexplicável, nenhuma palavra
ou exercício intelectual podem chegar perto do que ele viu. A alma de
Dante, pelo amor absoluto de Deus, experimenta uma unificação com esse
Amor e com todas as coisas, "mas já o meu desejo e a minha vontade eram
virados como uma roda, todos a uma velocidade, pelo Amor que move o Sol e
as outras estrelas".
AS 36 ESTRELAS CELESTES
Em
“Margem d’Água”, os 36 Espíritos, Comandantes ou Estrelas Celestes são
os membros superiores dentre as 108 Estrelas do Destino. Esta segregação
foi essencialmente determinada pelos lugares em que os heróis se
sentavam quando se reuniam para festas e reuniões na grande sala de seu
esconderijo, e não por uma questão de poder. Ou seja, são os guerreiros
mais próximos do líder Song Jiang, ele mesmo uma das 36 Estrelas
Celestes.
As
relações abaixo entre os personagens da obra chinesa e os Espectros de
Saint Seiya, embora nem sempre muito claras – vide os perfis de Faraó de
Esfinge e de Stand de Besouro Mortal, entre outros – estão corretas.
Também, optei pelo uso mais corrente da tradução dos nomes das Estrelas
Malignas baseadas no livro “Margem d’Água”, traduzido diretamente do
chinês para o inglês, e não aquela apresentada a nós pelos editores
brasileiros do mangá e do anime de Saint Seiya, que, como é óbvio,
possui sempre muitos erros.
MINOS E VERMEER DE GRIFO
Nome:
Na mitologia grega, Minos foi um rei da ilha de Creta semi-lendário,
filho de Zeus e da princesa fenícia Europa. A civilização minóica teve o
nome derivado de Minos (“minos” é uma palavra cretense que significa
"rei").
Minos
e os seus irmãos Radamantes e Sarpédon foram criados pelo rei Astérion,
de Creta. Quando Astérion morreu, legou seu trono a Minos, que baniu
Sarpédon e, de acordo com algumas fontes, também Radamantes.
De
sua esposa Pasífae, Minos foi o pai de Ariadne, Androgeu, Deucalião,
Fedra, Glauco, Catreu e de muitos outros. Pasífae foi também a mãe do
Minotauro. Atribuem-lhe grande número de aventuras amorosas e costumam
apontá-lo como o primeiro homem a praticar a pederastia. Ele foi morto
pelas filhas do rei Cócalo da Sicília, quando perseguia Dédalo.
De
acordo com a mitologia, depois de morto, Minos desceu ao mundo
subterrâneo onde se tornou um dos juízes dos mortos. No "Inferno" de
Dante, Minos ouve as confissões dos mortos e designa-os a uma região
específica do Submundo, de acordo com a falta mais grave relatada.
>
Johannes Vermeer foi o segundo pintor holandês mais famoso do século 17
(um período que é conhecido por Idade de Ouro Holandesa, devido às
espantosas conquistas culturais e artísticas do país nessa época),
depois de Rembrandt. Os seus quadros são admirados pelas suas cores
transparentes, composições inteligentes e brilhante uso da luz.
Outra
possibilidade de adaptação do nome desse Juiz em ‘Next Dimension’ para o
nosso alfabeto é a palavra inglesa ‘vermeil’, que significa
“escarlate”, ou “prata ou bronze dourado”. Poeticamente quer dizer
“vermelhão”, o rubor das faces.
Sobrepeliz:
A Sobrepeliz de Grifo foi criada a partir da imagem da criatura
mitológica que estampa a bandeira do Regimento Jaeger Utti do exército
finlandês (ver imagens mais abaixo).
O
grifo é um animal fantástico, que vemos frequentemente perto da imagem
do deus Apolo ou atrelado ao seu carro. Tem a cabeça e as asas de águia,
com corpo, patas e cauda de leão.
Os
grifos têm por missão guardar os tesouros que as entranhas da terra
ocultam, e é para obter o ouro de que são detentores que os Arimaspes
lutam constantemente contra eles. Os combates constituem o tema de
grandíssimo número de representações, principalmente em terracotas ou em
vasos. Os Arimaspes são guerreiros fabulosos, que usam vestes análogas
às das amazonas. Uma pintura de vaso no-los mostra combatendo grifos,
providos de cristas e penachos.
O
trono do minos (termo genérico para os soberanos da ilha de Creta) nas
ruínas do palácio de Cnossos (em Creta) é ladeado pela imagem pintada de
dois grifos na parede em que o trono está cravado. Diferentemente da
maioria das versões para a representação de grifos, porém, é que estes
de Creta não são alados. Têm apenas corpos de leão e cabeças de águia,
sem as asas.
Na “Divina Comédia”, de Dante Alighieri, um grifo puxa a carruagem que traz Beatriz ao poeta no Canto XXIX do “Purgatório”.
Poderes:
Estrela:
Estrela Celeste Nobre, associada a Chai Jin, o décimo das 36 Estrelas
Celestiais. Seu papel na novela passa entre um aristocrata frívolo que
se torna amigo de pugilistas e um pistoleiro que brinca com o status quo
associado à sua linhagem real.
Ele era conhecido como “Pequeno Tornado”.
Chai
é um dos poucos sobreviventes de sorte após as campanhas e lhe é
oferecido um posto de oficial pelo imperador em reconhecimento por suas
contribuições. Chai recusa a oferta e decide voltar para sua casa,
levando uma vida feliz e luxuosa até o fim de seus dias.
Locais: O Espectro Minos é norueguês da cidade de Oslo, a capital. Uma
versão da mitologia conta que os grifos viviam na lendária região da
Hiperbórea (do grego, “além do norte, extremo norte, setentrional”),
localizada no norte do continente europeu, que se supõe ser o
resultado de uma combinação de noções do que hoje seriam a Grã-Bretanha
e a Escandinávia (Noruega e Suécia). Só não se conseguiu ainda entender
qual o motivo de Massami Kurumada especificar a capital da Noruega,
como terra natal do juiz infernal.
Talvez
ele tenha pensado, a princípio, em representar Minos com a Sobrepeliz
de Balron, cuja lenda se relaciona com a cidade de Oslo, conforme se
pode ver no texto referente a Rune de Balron. Pode ser que Kurumada
tenha depois criado Rune como Espectro de Balron, e mudado Minos para
Grifo, mantendo, no entanto, a cidade de Oslo como seu local de
nascimento e Rune como seu secretário. Mas isso só o próprio criador de
Saint Seiya poderia confirmar ou refutar.
Também,
o leão (um dos animais que compõem o grifo) estampa o brasão de armas
da União Entre Suécia e Noruega (1814-1905); sua presença abaixo das
coroas que adornam o brasão relaciona Minos de Grifo à nobreza.
No
dia 24 de março (Minos comemora seu aniversário em 25 de março), o
resultado de importantes negociações diplomáticas entre a Noruega e a
Suécia foi publicado em um assim chamado 'communiqué' ("comunicado"),
datado no ano de 1903, na qual, entre outras coisas, foi proposto que as
relações dos cônsules separados para o Ministério Conjunto das Relações
Exteriores e as embaixadas devessem ser organizadas por leis idênticas,
o que não poderia ser alterada ou revogada, sem o consentimento dos
governos da Noruega e da Suécia, quando ambos estavam unidos entre 1814 e
1905.
Ptolomeia:
A Ptolomeia é uma das quatro regiões banhadas pelo gelado rio Cocito,
no centro e na parte mais profunda do Inferno, e recebeu esse nome a
partir de Ptolomeu XIII, faraó do Egito, irmão e esposo da célebre
Cleópatra VII, aquela que amou os romanos Júlio César e Marco Antônio,
mas que acabou derrotada por Otávio Augusto, quando então o Egito se
torna província do Império Romano.
Ptolomeu
mandou assassinar traiçoeiramente a Pompeu, rival de Júlio César,
quando o convidou a se exilar no Egito, após este fugir de Roma. Por
causa disso, é na Ptolomeia que residem os traidores dos amigos e
convidados.
Imagens:
Sobrepeliz de Grifo ao lado da bandeira
do Regimento Jaeger Utti do exército finlandês
Brasão de armas da União Entre Suécia e Noruega
RADAMANTES DE WIVERN
Nome:
Radamantes ou Radamanto (em grego é “Radámanthys”, donde a versão usada
por Kurumada) é um dos juízes dos mortos na mitologia grega. Filho de
Zeus e Europa, tinha por irmãos a Minos e Sarpédon. Foi adotado por
Astérion, rei de Creta, quando este se casou com Europa.
É
atribuída a ele a organização do código de leis cretense, que serviu de
modelo a várias cidades gregas. Expulso de Creta por seu irmão Minos,
que tinha ciúme de sua popularidade, fixou-se na Beócia, onde se casou
com Alcmena, viúva de Anfitrião e mãe de Héracles. Teve com ela dois
filhos, Górtis e Éritro, e foi ele quem ensinou Héracles a manejar o
arco.
Era
conhecido por sua sabedoria e justiça. Por causa de sua integridade, ao
morrer tornou-se um dos juízes do Hades, juntamente com seu irmão Minos
e o meio-irmão Éaco. Segundo Platão, supunha-se que Radamantes julgava
as almas vindas da Ásia e da África, enquanto Éaco fazia o mesmo com as
ocidentais, tendo Minos o voto decisivo. Para Homero, Radamantes era o
único juiz dos mortos.
Sobrepeliz:
Diz-se como serpe, embora também seja muito usada a designação inglesa
wivern (ou wyvern), todo réptil alado semelhante a um dragão, mas de
dimensões distintas. Geralmente as serpes apresentam apenas duas patas
(ao contrário dos verdadeiros dragões, que sempre possuem quatro), sendo
que no lugar das dianteiras estão suas asas, o que o torna similar a
uma ave, e com a cauda terminando num aguilhão como o do escorpião.
Diferentemente dos dragões, é muitas vezes tido mais como um ser
desprezível do que como sábio. Normalmente não possuem habilidades como
cuspir fogo, embora às vezes sejam retratados fazendo-o. Outra
característica que o diferencia de um dragão é a falta ou menor número
de escamas, que lhe confere uma aparência mais "lisa".
No
canto XVII do “Inferno” da Divina Comédia, o poeta Dante descreve como
ele e seu guia, Virgílio, montaram no dorso de um wivern para
atravessar, voando, o abismo que separava o sétimo círculo infernal,
onde são castigados os violentos, do oitavo, onde estão todos os tipos
de enganadores. O poeta chama a criatura de “serpe”, e sabemos que essa
serpe é um wivern pela descrição que dela nos faz (exatamente como
contada acima), com a diferença de que lhe foi dado um rosto humano,
curiosamente o de um homem justo. A este ser Dante deu o nome de Gerião,
mas nada diz se realmente se trata do monstro mitológico morto por
Héracles em seu décimo dos Doze Trabalhos.
Em outras passagens da obra, Dante cita outras serpes, mas como sinônimo de “serpentes”.
Poderes: O Rugido Planador (‘Gliding Roar’, em ‘The Lost Canvas’) obviamente nos remete à ferocidade e à capacidade de voar do wivern.
Estrela:
Estrela Celeste Feroz (Tenmosei). Representa Qin Ming no romance
chinês, o sétimo das 36 Espíritos Celestiais, apelidado de “Raio Ardente
ou Violento” por seu temperamento quase bárbaro (igual ao nosso
Radamantes), que é continuamente enfatizado no romance, e sua voz de
trovão. Ele é General de Vanguarda dos Cinco Generais Tigres da
cavalaria de Liangshan.
Locais: Radamantes nasceu nas Ilhas Fellows, da Grã-Bretanha, mas nada até o momento foi identificado que possa relacioná-lo ao local.
Muita
gente se confunde, até hoje acreditando num erro até mesmo bobo de
tradução do local de nascimento de Radamantes. A ficha oficial do
personagem registra este local: イギリス・フェローズ諸島. Traduzindo para o português, temos “Inglaterra: Ilhas Fellows”.
Infelizmente, o mais propagado no Ocidente é que o Espectro nasceu nas Ilhas Feroes, da Dinamarca, que em japonês se escreve フェロー諸島. Entenderam a diferença na grafia japonesa?
A
data de nascimento de Radamantes, 30 de outubro, ocorre na véspera do
Dia das Bruxas, que, no passado celta (cuja cultura se desenvolveu
principalmente nas Ilhas Britânicas), era chamado de Noite de Samhain,
quando o portal entre o mundo dos vivos e o dos mortos é aberto,
propiciando o contato entre ambos. Para os celtas, o Samhain é também o
dia de Ano-Novo do seu calendário. O cristianismo o transformou nos
feriados do Dia de Todos os Santos e do Dia dos Mortos (ou Finados), no
começo de novembro.
Como
Radamantes é o primeiro líder entre os Espectros do mangá/anime
clássico a invadir o mundo dos vivos, nada mais apropriado que dar a ele
essa data de nascimento tão emblemática.
Caína:
A Caína, cujo nome se refere ao Caim bíblico, o primeiro assassino da
História segundo a mitologia judaico-cristã, e que matou o seu próprio
irmão Abel, é onde jazem os traidores dos parentes de sangue.
AIAKOS E SUIKYOH DE GARUDA
Nome:
O rei Éaco (Aiakós, em grego), chamado de “o mais piedoso dos gregos”, é
filho de Zeus e da ninfa Egina, transformada em ilha pelo seu amante
divino. Piedoso por natureza, ele é amado pelos deuses que se comprazem a
satisfazer os seus votos. Assim, a fim de conseguir que a sua ilha
fosse povoada, Éaco pediu a Zeus que transformasse as formigas de um
carvalho sagrado em seres humanos. Esta foi a origem do povo dos
mirmidões (“formiga” em grego, guerreiros da antiga Tessália, povo que
se tornaria famoso ao participar da Guerra de Tróia, sob o comando de
Aquiles, neto de Éaco).
A
sua sabedoria e a sua paixão pela justiça fizeram com que os deuses o
escolhessem para juiz das suas querelas e, mais tarde, para assessor no
tribunal do Além, presidido por Hades, ao lado de Minos e Radamantes.
Ele estava particularmente encarregado de julgar, nos infernos, os
europeus.
A visão de Éaco como um dos juízes do Submundo é bem recente: a sua primeira menção no cargo é de Platão (430-348 a.C.).
> Suikyoh: ver Suikyoh de Taça, entre os Santos de Prata.
Sobrepeliz:
Garuda (em sânscrito: “águia”) é um grande pássaro mítico ou algo
semelhante a um pássaro que aparece tanto na mitologia hindu como na
budista. É também o termo hindu para a constelação de Águia.
Na
mitologia hindu, Garuda é uma divindade menor, normalmente a montaria
de Vishnu. Ele é representado como um grande homem-pássaro, e usa uma
coroa na cabeça, além de ser grande o bastante para bloquear a luz do
Sol.
A
história do nascimento de Garuda e seus feitos são contados no primeiro
livro do grande épico Mahabharata. Segundo a epopeia, quando Garuda
nasceu do ovo, ele apareceu como um inferno feroz análogo à conflagração
cósmica que consome o mundo no fim de cada era. Assustados, os deuses
rogaram por clemência. Garuda, ouvindo-os, reduziu o seu tamanho e a sua
energia.
No
Japão, onde Garuda é conhecido como Karura, a entidade é frequentemente
confundida com o pássaro mítico Houou (a fênix japonesa). Disso, nasceu
o embate entre Aiakos e Ikki, ideado por Kurumada.
Poderes:
Estrela:
Estrela Celeste Majestosa (Tenryusei), referente a Lin Chong. Outras
possibilidades de tradução incluem “Estrela Celeste Masculina” e
“Estrela Celeste Heróica”.
Lin
Chong ocupa a sexta posição entre os 36 espíritos celestiais dos 108
heróis de Liangshan e é apelidado de "Cabeça de Pantera", graças ao
bigode e à barba cheia.
Locais:
O Nepal, país encravado no Himalaia, entre a Índia e a China, é uma
cultura tradicionalmente hinduísta, onde o mito de Garuda está
fortemente presente.
Mais abaixo, vejam uma imagem nepalesa de Garuda.
Antenora:
O seu nome nos remete a Antenor, nobre ancião de Troia, mencionado na
Ilíada por Homero. Por ser amigo de muitos dos gregos que invadiram a
cidade-estado na famosa guerra, e por ter permitido, enganado, a entrada
do famigerado cavalo de madeira pelos portões da cidade, Antenor foi
considerado traidor pelos seus concidadãos, tendo se mudado para a
Itália antes mesmo de Eneias, que partiu somente quando Troia tombou.
Por conta disso, a Antenora é lugar em que são supliciados os traidores da pátria.
Imagens:
Imagem de Garuda, usada por Kurumada para criar a Sobrepeliz de Aiakos
CARONTE DE AQUERONTE
Nome:
Caronte (em grego, ‘Cháron’ – "o brilho [dos olhos]", pois o imaginavam
com os olhos em brasa) era uma figura mitológica do mundo inferior
grego que transportava os recém-falecidos na sua barca através do
Aqueronte, rio que delimitava a região infernal, até o local no Hades
que lhes era destinado. Popularmente, porém, o nome é tido como
eufemismo; 'Kháron' proviria do verbo 'khaírein', "alegrar-se", donde
Caronte seria o "amável" ou o "brilhante".
Trata-se,
no mito, de um gênio do mundo infernal, cuja função era transportar as
almas para além dos quatro temíveis rios infernais (Aqueronte, Cocito,
Estige e Piriflegetonte), pelo pagamento de um óbolo. Na Divina Comédia,
ele atravessa as almas apenas pelo Aqueronte, visão escolhida para
Saint Seiya.
Em
vida ninguém penetrava em sua barca, a não ser que levasse, como
Enéias, um ramo de ouro, colhido na árvore sagrada de Core. Héracles,
quando desceu ao Hades, forçou-o, à base de bordoadas, a deixá-lo
passar. Como castigo, por "haver deixado" um vivo atravessar os rios, o
barqueiro do Hades passou um ano inteiro encadeado.
Parece
que Caronte apenas dirige a barca, mas não rema. São as almas que o
fazem. Representam-no como um velho feio, magro, mas extremamente
vigoroso, de barba hirsuta e grisalha, coberto com um manto sujo e roto,
e um chapéu redondo. Nas pinturas tumulares etruscas, Caronte aparece
como um demônio alado, a cabeleira eriçada de serpentes, segurando um
martelo. Isto dá a entender que o Caronte etrusco é um "demônio da
morte", aquele que "mata" o moribundo e o arrasta para o Hades.
A presença de Caronte na mitologia é bem tardia. Seu registro mais antigo data apenas do século 6 a.C. Hesíodo e Homero, que viveram dois e três séculos antes, respectivamente, o desconhecem.
Sobrepeliz:
O rio mitológico Aqueronte localiza-se no Épiro, região do noroeste da
Grécia. O nome do rio pode ser traduzido como "rio do infortúnio" e
acreditava-se que fosse um afluente do rio Estige, localizado no mundo
dos mortos. Nele se encontra Caronte, o barqueiro que leva as almas
recém-chegadas ao outro lado do rio às portas do Hades, onde o Cérbero
os aguarda.
O
lago chamado Aquerúsia e o rio ainda chamado Aqueronte, junto às ruínas
do Necromanteu ('Necromanteion', "oráculo dos mortos"), encontram-se
próximos a Parga, cidade grega situada na parte continental do país,
diretamente oposta à ilha de Corfu.
Acreditava-se
também que outro afluente do Aqueronte emergia no cabo Aquerúsio
(atualmente chamado de Eregli, situado na Turquia), e foi visto pelos
argonautas, de acordo com Apolônio de Rodes.
Os gregos estabelecidos na Itália identificavam o lago Aquerúsia, no qual o Aqueronte fluía, como sendo o lago Averno (Inferno).
O deus do rio concebeu Ascálafo com a ninfa infernal Orfene (ou Górgira, de acordo com outra versão).
Virgílio menciona o Aqueronte junto a outros rios infernais em sua descrição do mundo dos mortos no Livro VI da Eneida.
No
Inferno de Dante, o rio Aqueronte forma fronteira com o Inferno na
região chamada de Ante-Inferno. Seguindo a tradição da mitologia grega,
Caronte é quem transporta as almas pelo rio em direção ao Inferno.
Poderes:
O remo que Caronte usa para navegar pelo Aqueronte, e também para
aplicar os seus golpes, é uma óbvia referência ao instrumento usado pelo
Caronte mitológico tanto para navegar nos rios infernais como para
espancar as almas que adentram em sua barca, na travessia para o mundo
dos mortos.
O aspecto do remo foi claramente inspirado numa das famosas gravuras de Gustave Doré, que ilustrou a Divina Comédia de Dante.
Estrela:
A Estrela Celeste Ociosa (‘Tenkansei’) representa Gongsun Sheng, o
“Dragão das Nuvens”, o quarto na lista dos 36 Espíritos Celestiais. Ele
era um sacerdote taoísta e um dos primeiros a se juntar aos bandidos de
Liangshan. Era conhecido por ser capaz de executar magia e poder intimar
o vento e trazer a chuva, cavalgar a névoa e dirigir as nuvens – tal
era o seu poder e a sua mística.
Locais:
O aniversário de Caronte, 02 de outubro, se dá um dia depois da data da
libertação completa da cidade de Nápoles (onde o Espectro nasceu) pelo
povo, na Segunda Guerra Mundial, em 01 de outubro de 1943. Nápoles foi a
cidade italiana mais bombardeada na Grande Guerra. Embora os
napolitanos não tenham se rebelado contra o fascismo italiano, Nápoles
foi a primeira cidade da Itália a se levantar contra a ocupação militar
alemã.
Imagem:
Gravura de Gustave Doré
RUNE DE BALRON
Nome:
Rune (do inglês, “runa”) é um símbolo parecido com uma letra rúnica,
com significação mágica. Figurativamente falando, significa “mistério,
magia”. Tal palavra vem do antigo idioma norueguês, no qual quer dizer
“sussurro, segredo” – daí a obsessão do Espectro Rune pelo silêncio. As
runas teriam sido criadas pelo deus Odin num sacrifício de um de seus
olhos, em sua busca pela sabedoria plena.
Sobrepeliz:
Dentro do universo de fantasia criado por J. R. R. Tolkien, os balrogs
(ou balrons, segundo uma variação menos conhecida) eram como homens, mas
gigantes e com fogo jorrando de seus corpos. Também envolvidos por
sombras bastante escuras, os balrogs sempre carregam chicotes de fogo e
causam grande terror em amigos e inimigos, sem distinção.
Os
balrogs foram idealizados por Tolkien (conforme sua autobiografia de
1967), devido a uma viagem que o escritor inglês fez a Oslo, a capital
norueguesa, onde teve contato com tradições nórdicas que faziam
referência a “ballrûgs”, homens gigantes cobertos de fogo.
Poderes:
Ao enrolar seu chicote em torno do condenado, Rune remete ao “Inferno”
de Dante Alighieri, onde o juiz Minos (em Saint Seiya, mestre de Rune)
enrola sua cauda (pois, em Dante, Minos é uma espécie de demônio) e o
número de voltas da cauda indica o número do fosso infernal em que a
alma deve padecer pelos seus pecados.
Também, o Chicote de Fogo, golpe do Espectro, é uma referência direta à arma tradicional dos balrogs.
Estrela:
A Estrela Celeste Heróica (‘Teneisei’) representa Hua Rong, o “Pequeno
Li Guang”. Ele é bem respeitado pela sua lealdade e coragem na batalha. É
o nono dos 36 Espíritos Celestiais de Liangshan.
Na
novela, Hua Rong é descrito como tendo lábios vermelhos e dentes
brancos, um rosto bonito e juvenil, cintura estreita e ombros largos.
Ele tinha a capacidade de amansar cavalos selvagens, mas é especialmente
renomado por suas habilidades na arte de manobrar o arco e flecha – ele
pode furar uma folha de salgueiro com uma flecha bem apontada a uma
distância de mais de cem passos!
Extremamente
carismático, Hua Rong é influente na persuasão de outros guerreiros a
juntar-se à causa de Liangshan, mais notavelmente Qin Ming, um guerreiro
de grande força e reputação. Ele se tornou um dos oito generais de
vanguarda da cavalaria Liangshan e um dos 36 Espíritos Celestes, e
esteve massivamente envolvido em muitas das campanhas militares contra
as tropas imperiais.
Hua
foi um dos poucos heróis que tiveram a felicidade de sobreviver às
campanhas e voltar à Corte. Devido às suas contribuições, a ele foi dado
um elevado cargo militar. Contudo, sabendo que Song Jiang e Li Kui
foram detidos por funcionários corruptos e tinham se suicidado, Hua Rong
se ressentiu de dor. Ele e Wu Yong foram até Chuzhou, onde se
enforcaram junto à sepultura de Song Jiang.
Locais:
Sobre a terra natal de Rune, a Noruega, não é preciso repetir que vem
dela o nome do Espectro. Aliás, a crença popular nórdica diz que foi
justamente na Noruega que surgiram as runas. Além disso, atentar para a
viagem que Tolkien fez à Noruega, de onde ele tirou inspiração para
criar os seus balrogs.
Além
disso, Rune faz aniversário em 24 de dezembro, véspera de Natal. A cada
Natal, a Noruega doa uma árvore de Natal ao Reino Unido em
agradecimento pela contribuição dos britânicos durante a Segunda Guerra
Mundial. A cerimônia acontece na famosa Trafalgar Square, em Londres.
>
Primeira Prisão: quanto ao Tribunal dos Mortos, palácio em que Minos e
os outros Juízes do Inferno ficam quando ocorrem julgamentos das almas, e
onde Rune assume essa atribuição na ausência dos mesmos, este local foi
inspirado na Corte Suprema de Washington, EUA, instância máxima da
justiça estadunidense.
Imagem:
Corte Suprema de Washington
FARAÓ DE ESFINGE
Nome:
“Faraó” é a forma hebraica do egípcio ‘par-o’ ou ‘per-aa’ (“casa
grande”), antiga denominação do palácio real que gradualmente passou a
designar o próprio rei.
A
serpente na tiara dos faraós simboliza sabedoria, rapidez e
implacabilidade, segundo os egípcios. É uma insígnia real, representando
uma divindade protetora.
O
seu lenço (em egípcio: ‘nemes’ ou ‘kleft’ [do copta, ‘kleft’ quer dizer
“capuz”]), normalmente representado branco nos murais egípcios, é aqui
de cor negra, mais de acordo com o seu título de Espectro do mundo dos
mortos.
Sobrepeliz:
A Esfinge egípcia, Shesepuankh (“a estátua viva ou a estátua da vida”) é
assim chamada por estar voltada para o nascente, a fim de receber os
primeiros ósculos dos raios de Rá-Herakheti, isto é, o Sol vivo. Símbolo
solar e essencialmente masculino, Shesepuankh é realmente guardião dos
túmulos dos faraós, mas nunca possuiu função de raptor, devorador dos
mortos e muito menos caráter erótico, como na Grécia. Sua relação com o
Sol se revela, em Saint Seiya, na passagem em que Faraó se utiliza do
espelho de Pandora para simular os raios solares, enganando Orfeu de
Lira. Como guardião dos túmulos reais, este conceito foi utilizado em
The Lost Canvas, quando Faraó se postou diante do portão do Paraíso,
que, no conceito de Saint Seiya, faz parte dos domínios do rei Hades.
A
Esfinge grega, a “cruel cantora”, cantava para “encantar” suas vítimas,
tal qual o Espectro. Às vezes, ela aparece nos monumentos artísticos
com instrumentos musicais nas mãos, como as Sereias (Sirenas). Ela é
filha nascida da relação incestuosa de Équidna com um dos próprios
filhos, o cão de duas cabeças, Ortros (pertencente a Gerião e morto por
Héracles).
Quanto
ao visual da Sobrepeliz de Esfinge montada, ela se parece muitíssimo
com o leão laranja que é símbolo do ING Group, uma importante
instituição financeira holandesa. Entretanto, como o grupo foi fundado
apenas em 1991 (posterior, portanto, à criação do Espectro Faraó),
pode-se supor que o criador da efígie do leão laranja tenha se baseado
na mesma imagem que Kurumada, quando este imaginou a Sobrepeliz de
Esfinge, o leão azul do Postbank de 1986 (ano de lançamento do mangá de
Saint Seiya) e/ou o cinza do NMB Postbank Groep, ambos também da
Holanda.
Poderes:
Os dados concretos mais antigos sobre a produção musical humana atestam
que ela começou no Egito e na Suméria, há uns 6.000 anos, e a harpa
estava entre os instrumentos mais importantes entre os egípcios.
O
método de tocar a harpa egípcia era bem diferente do que Kurumada
mostrou com o personagem Faraó de Esfinge (que mais lembrava Elvis
Presley tocando violão). O harpista se ajoelhava no chão sentado sobre
os calcanhares, punha a parte mais bojuda do instrumento (que consiste
na caixa de som) também no chão e recostava o arco no peito e ombro.
Dessa forma, as duas mãos ficavam livres para tocar as cordas que ligam a
extremidade superior do instrumento à sua caixa de som (mais ou menos
como se toca harpa hoje em dia).
Já
o golpe Balança da Maldição nos remete à lenda da “maldição do faraó”,
que surgiu após as escavações do túmulo do faraó-menino Tutancâmon –
aqueles que participaram da expedição foram morrendo um a um, de forma
misteriosa. Porém, o que se descobriu depois é que eles morreram devido a
complicações oriundas de elementos mortíferos presentes na tumba do
rei. Ao aplicar a Balança da Maldição, Faraó realiza o que se chama
“Julgamento da Alma do Morto” no Tribunal de Osíris, senhor do Submundo
segundo a antiga crença dos egípcios.
Estrela:
A Estrela Celeste da Besta (‘Tenjusei’) representa Huangfu Duan, o “Tio
Barba-Púrpura”. Huangfu Duan nasceu com uma aparência estranha: tinha
olhos verdes e uma longa barba amarela, que dava a impressão de não ter
nascido chinês.
Servia
como veterinário em Dongchangfu, e sua especialidade era cuidar de
cavalos doentes e machucados. Ele era tão bom que diziam ser capaz de
trazer cavalos mortos à vida. Quando os heróis de Liangshan conquistaram
a sua cidade, Huangfu Duan se uniu ao grupo, e era ele quem cuidava dos
cavalos.
Na
véspera da campanha de Fang Xi, o imperador intimou Huangfu Duan e Jin
Dajian a voltar para a capital. Portanto eles não participaram na
campanha. Huangfu Duan então continuou servindo como veterinário
imperial.
Na
verdade, Huangfu Duan fazia parte dos Espíritos Terrenos do exército de
Liangshan, mas, não se sabe por que razão, Kurumada “transformou” a sua
Estrela em Celeste. No caso, o guerreiro chinês é o 21º da lista dos 72
Demônios Terrenos de Liangshan – a Estrela Terrena da Besta
(‘Chijusei’).
Locais: Não é preciso dizer o motivo de Kurumada ter escolhido o Egito para terra natal do Espectro de Esfinge.
Mas
também se pode dizer algo mais, sobre o dia 19 de novembro, quando
Faraó nasceu. Em 19 de novembro de 1924 (quando o Egito e o Sudão ainda
pertenciam ao Império Britânico), o Governador Geral Britânico do Sudão,
Sir Lee Stack, foi assassinado no Cairo (capital do Egito) e motins
pró-egípcios eclodiram no Sudão. Os britânicos exigiram que o Egito
pagasse uma taxa de indenização e retirasse suas tropas do Sudão.
Esta
foi a maior tentativa de libertação egípcia da ocupação militar da
Inglaterra até a retirada dos britânicos do país, em 1956.
>
Segunda Prisão: para saber sobre o santuário egípcio de Abu Simbel, que
serviu de referência para Kurumada criar a segunda prisão do Inferno,
ver Lugares Reais em Titanomaquia.
A
imagem que Kurumada usou para criar o seu Cérbero, que habita a prisão
guardada por Faraó, também foi retirada de uma das gravuras de Gustave
Doré que ilustram a imortal obra de Dante Alighieri. Para saber
informações sobre o cão de guarda do Inferno, ver Dante de Cérbero, em
Santos de Prata.
Imagens:
Leão-símbolo do ING Group
Leão do Postbank
Leão do NMB Postbank Groep
Sobrepeliz de Esfinge
Cérbero, por Doré
FLÉGIAS DE LICÁON
Nome:
Filho do deus Ares, Flégias (“o que incendeia”), rei da Beócia, foi pai
de Íxion e de Corônis, amada por Apolo. Louco de ódio pela afronta,
Flégias incendiou um templo do deus e, como punição, foi morto pelo
mesmo a flechadas. Alguns mitógrafos dizem que o templo incendiado foi o
de Delfos, o principal santuário de Apolo, e que ele matou o rei mais
por piedade do que por castigo, pois que perdera o juízo. Condenado ao
Inferno, o desventurado vê perpetuamente iminente à sua cabeça um
penhasco prestes a cair.
No
“Inferno” de Dante, Flégias é um demônio que atravessa as almas pela
Lagoa Estígia, pântano formado pelas águas do rio Estige, em direção à
cidade de Dite, no sexto círculo, onde são punidos os hereges. Em Saint
Seiya, o Espectro Flégias assume o mesmo papel.
Sobrepeliz:
Licáon ou Licaonte na mitologia grega era filho de Pelasgo, primeiro
rei mítico da Arcádia (havia também outro Licáon, filho de Ares, mas que
nada tem a ver com o Espectro). As suas terras, a Licânia, estavam
entre as mais prósperas do continente, e costumavam ser muito visitadas
por deuses como Apolo e Atena. Até que, certa vez, Zeus e Hera estavam
viajando pela Grécia disfarçados de mortais e resolveram pedir abrigo na
fortaleza de Licáon.
Rei
bondoso e justo, Licáon concedeu abrigo aos deuses, mas seus filhos
duvidaram da palavra de Zeus. Arrogantes, acharam que Zeus não era
verdadeiramente um deus, mas sim um farsante, e pretendiam desmascará-lo
na frente do pai. Os filhos mais velhos vagaram pelas ruas da cidade
principal e encontraram uma criança, que mataram e cozinharam sua carne,
servindo-a no banquete aos dois deuses. Na verdade, esta criança era
Arcas, filho de Zeus com a ninfa ou princesa Calisto, filha do próprio
rei Licáon. Zeus percebeu imediatamente o que estava acontecendo e ficou
furioso com a família de Licáon. Durante o banquete, os deuses
transformaram o rei e todos os seus cinqüenta filhos em lobos e os
amaldiçoou, banindo a região da Licânia inteira da face da Terra.
Após
a sua morte, o lobo Licáon foi elevado ao céu na forma da constelação
de Lobo, postada sobre a constelação de Altar, onde é eternamente
oferecido em sacrifício pela constelação de Centauro.
Poderes:
O Inferno Uivante une o mito do lobo e o Inferno em uma só referência,
já que tanto o nome de Licáon como o do seu reino, a Licânia, vêm do
grego ‘liké’, “lobo”.
Estrela:
Estrela Celeste do Crime ou do Pecado (‘Tenzaisei’). Na “Margem
d’Água”, ela representa Ruan Xiaowu, 29º dos 36 Espíritos Celestiais dos
heróis de Liangshan, e seu apelido é “Segundo Irmão de Vida Curta” –
não por que ele viveu pouco, mas por que os seus inimigos é que morrem
logo quando se deparam com esse homem de sorriso assassino. É o segundo
dos três irmãos Ruan (daí também o porquê de “Segundo Irmão”) e ganha a
vida como pescador de rio. Certamente por isso, Kurumada o associou a
Flégias, o barqueiro da Lagoa Estígia.
Locais:
Kurumada deu a Flégias a África do Sul como sua terra natal por este
país ser uma das nações africanas austrais que abrigam o cão selvagem
africano, cujo nome da espécie é Lycaon pictus (“lobo pintado”).
Em português, o animal, que corre risco de extinção, é chamado de mabeco.
Imagem:
Lycaon pictus
STAND DE BESOURO MORTAL
Nome: Em inglês, ‘stand’ quer dizer, entre outras coisas, “resistência”, ou “submetedor, sumissor”.
Sobrepeliz:
Segundo a crença popular, diz-se que sentir um zumbido no ouvido é
predição de morte. Os besouros são insetos coleópteros que zumbem
fortemente ao voar, e cria-se que, se esse zumbido fosse ouvido,
especialmente se não se visse o besouro que provocasse esse som, era a
morte que se aproximava – por isso a crendice do besouro mortal, “deadly
beetle”.
Os
elementos da família de besouros conhecida como escarabeídeos, os
escaravelhos (“beetles”, em inglês), se nutrem de matéria orgânica em
decomposição, são de cor negra ou escura, têm o clípeo (o par de
antenas) expandido de modo a cobrir as partes bucais. O escaravelho foi
considerado pelos egípcios o símbolo da ressurreição e da imortalidade,
especialmente quando sua representação em pedra ou faiança, com uma
inscrição na parte inferior que simbolizava o deus-sol Quepera (Khepri,
em egípcio), era colocada sobre uma múmia.
Quanto ao formato da Sobrepeliz de Stand, o besouro nativo da Austrália de visual mais parecido é o Cacostomus squamosus (ver mais abaixo, em “Imagens”), já que Stand é australiano.
Poderes:
O golpe ‘Stand by Me’, entre muitas possibilidades, pode ser traduzido
como “Fique Comigo” ou “Submeta-se A Mim”, e, por incrível que pareça,
pode ter sido tirada da música homônima cantada pela banda inglesa
Beatles (mistura do inglês ‘beat’, “ritmo”, com ‘beetles’, “besouros”).
Trata-se de um ataque em que se usam os braços de Stand e as patas de
besouro da sua Sobrepeliz, fazendo o inimigo se submeter (‘to stand’) à
vontade do Espectro. Com o corpo imobilizado, Stand joga todo o seu peso
sobre a vítima, que normalmente morre.
Estrela:
A Estrela Celeste Feia (‘Tenshusei’), na verdade, é a Estrela Terrena
Feia (‘Chishusei’), em mais uma mudança sem sentido feita por Kurumada, a
63ª entre os 72 Demônios Terrenos dos heróis de Liangshan. Ela
representa o guerreiro Shi Young, cujo codinome é “General de Pedra”, um
dos líderes da infantaria.
O
romance "Margem d'Água" descreve Shi como um homem de oito metros de
altura com uma compleição pálida, amarelada, olhos vivos e rosto
barbeado. Ele é de Daming (atualmente Handan) e ganha a vida no jogo.
Locais:
Após a sua chegada à Austrália (terra natal de Stand, como já dito)
vindo da Hungria em 1951, o Dr. George Bornemissza, entomologista e
ecologista, observou que as terras australianas estavam cobertas por uma
grande quantidade de esterco de gado. Isso entrava em contraste com os
campos da Europa, onde o esterco era retirado e reciclado no solo por
várias espécies de escaravelhos (do tipo conhecido no Brasil como
besouro-do-esterco).
O
gado bovino somente foi introduzido na Austrália na década de 1880, e
os besouros nativos, adaptados ao esterco seco e duro de marsupiais como
o canguru, não tinham como dar conta do esterco das novas espécies
animais, o que acarretava problemas como moscas pestilentas e vermes
parasitas.
Foi
com a intenção de tratar desses problemas e melhorar a pecuária
australiana que o Dr. Bornemissza sugeriu em 1960 a introdução de
besouros-do-esterco trazidos da Europa. O mês de abril de 1970 (e Stand
comemora aniversário em 18 de abril) foi tido como o mês em que a
espécie de besouro-do-esterco mais bem adaptada ao país, o O. gazella, se estabeleceu de modo firme.
Esse
trabalho de importação e manejo de besouros-do-esterco europeus na
Austrália ficou conhecido como “Projeto Besouro-do-Esterco Australiano” (Australian Dung Beetle Project) e durou de 1965 a 1985.
ROCK DE GOLEM
Nome:
Do inglês, ‘rock’ nada mais é do que “rocha, rochedo, pedra”. Na
linguagem figurativa, também em inglês, “rock” é qualquer coisa que pode
causar infortúnio, contratempo ou dificuldades – algo similar ao nosso
“estar com uma pedra no sapato” ou “ter o caminho bloqueado por pedras”.
Como as pedras fazem parte do elemento terra, vemos aí uma ligação com a lenda do golem, vista a seguir.
Sobrepeliz:
O golem é um ser artificial mítico associado à tradição mística do
judaísmo, particularmente à cabala, que pode ser trazido à vida através
de um processo mágico. No folclore judaico, o golem (גולם)
é um ser animado que é feito de material inanimado, muitas vezes visto
como um gigante de pedra. No hebraico moderno a palavra golem significa
"tolo, imbecil, estúpido". O nome é uma derivação da palavra ‘gelem’ (גלם), que significa "matéria-prima".
A
palavra golem na Bíblia serve para se referir a um embrião ou
substância incompleta: o Salmo 139:16 usa a palavra ‘gal'mi’,
significando "minha substância ainda informe".
As
primeiras histórias de golens são mais antigas que o judaísmo. Adão é
descrito no Talmude (Tratado Sanhedrin 38b) como um golem criado quando
seu pó estava "misturado num pedaço sem forma". Como Adão, todos os
golens são criados a partir da lama.
A
mais famosa narrativa com um golem envolve o rabino Judah Loew, de
Praga, durante o século 16. Diz-se que ele teria criado um golem para
defender o gueto de Josefov em Praga contra ataques anti-semitas. A
primeira publicação da história do golem apareceu em 1847 em uma coleção
de contos judaicos intitulada “Galerie der Sippurim”, publicada por
Wolf Pascheles, de Praga. Cerca de 60 anos mais tarde, um conto de
ficção foi publicado por Yudl Rosenberg (1909).
De
acordo com a estória, o golem teria sido feito com a argila do rio
Moldava que banha Praga. Seguindo rituais específicos, o rabino
construiu a criatura e fez com que ela ganhasse vida recitando um
encanto especial em hebreu e escrevendo na sua testa a palavra 'emet'
("verdadeiro", em hebraico). O golem deveria obedecer ao rabino,
ajudando e protegendo o gueto judaico. Durante o dia, o rabino escondia o
golem no sótão da Antiga-Nova Sinagoga. Porém, o golem cresceu e se
tornou violento e começou a matar pessoas, espalhando o medo. Foi então
prometido ao rabino Loew que a violência contra os judeus pararia se o
golem fosse destruído. O rabino concordou e destruiu o golem apagando a
primeira letra da palavra 'emet' – que virou 'meit', "morto".
Poderes:
Estrela:
Estrela Celeste do Chifre (e não “Angular”, apesar da tradução
possível), na verdade a Estrela Terrena do Chifre, representa Zou Run, o
55º na lista dos 72 Demônios Terrenos de Liangshan. Seu epíteto é
“Dragão de Um Chifre Só”.
O
romance chinês descreve Zou como um homem de aparência estranha, com
uma estatura grande. Ele tem um grande tumor na parte de trás da cabeça,
o que lhe rendeu o apelido de "Dragão de Um Chifre Só". Esse tumor
surgiu durante uma briga em que ele bateu com força a cabeça num tronco
de árvore.
Zou
tem a reputação de ser justo e honesto, bem como a de um pugilista
poderoso. Zou e seu tio Zou Yuan se tornam líderes de um grupo de
bandidos no Monte Dengyun e roubam dos ricos para ajudar os pobres.
Ele também se tornou um dos líderes da infantaria de Liangshan e foi um dos poucos a sobreviver às aventuras do bando.
Locais:
A ilha de Madagascar, local de nascimento de Rock, é mundialmente
famosa por conta de suas fabulosas formações rochosas, o que nos remete
mais uma vez ao nome do Espectro.
Por exemplo, temos a Parede de Ankarana, um rochedo íngreme que se estende por 25 km de norte a sul, e alcança altitudes de 280 m.
Ao sul, a massa de pedra calcária rompe-se em pináculos separados
conhecidos como torres karst. No centro do planalto, chuvas que caem há
eras dissolveram as pedras calcárias em gargantas profundas.
O
chamado relevo karst pode ser encontrado em várias partes do mundo, mas
os exemplares de Madagascar são os mais famosos, e os únicos da África.
No idioma malgaxe são denominados ‘tsingy’.
Ainda neste país, destacam-se os tsingy da Reserva Natural de Bemaraha, no oeste da ilha.
Imagens:
Planalto de Ankarana
Reserva Natural de Bemaraha
Reserva Natural de Bemaraha
Tsingy
IVAN DE TROLL
Nome:
Ivan IV, dito Ivan, o Terrível, nasceu em Moscou a 25 de agosto de 1530
(enquanto o Espectro Ivan nasceu no dia 30 de agosto), vindo a falecer
nesta mesma cidade em 18 de março de 1584. Foi o primeiro governante a
utilizar o título de czar (césar, ou imperador) de todas as Rússias.
Estendeu o seu domínio para o oriente, anexando em 1552 o Canato de
Kazan e em 1556 o Canato de Astrakhan, para absorver a Sibéria – vê-se
aqui a ligação entre ele e Hyoga de Cisne, que o derrotou. Estabeleceu
relações comerciais com o Ocidente, mas a sua capacidade para um bom
governo ficou manchada pela excessiva crueldade.
Apenas
a título de curiosidade, a catedral de São Basílio (símbolo máximo da
Rússia), no Kremlin, teve sua construção ordenada por Ivan para
comemorar a conquista do Canato de Kazan, e a realizou entre 1555 e
1561. Depois de a construção ser terminada, mandou arrancar os olhos do
arquiteto para que ele não pudesse construir outra coisa igual.
Sobrepeliz:
Os trolls são criaturas antropomórficas do folclore escandinavo. Podem
ser tanto gigantes horrendos – como ogros – ou pequenas criaturas
semelhantes a goblins. Vivem em cavernas ou grutas subterrâneas e são
muito agressivos, seqüestrando e comendo pessoas à noite.
Na
literatura nórdica apareceram sob diversas formas, e uma das mais
famosas tem orelhas e nariz enormes. Nesses contos também lhes foram
atribuídas várias características, como a transformação em pedra destas
criaturas quando expostas à luz solar.
Poderes:
A técnica Máxima Tzar Perestroika, infelizmente, não foi revelada até o
momento para nós. Em russo, o termo ‘perestroika’ traduz-se como
“reestruturação”, e foi um importantíssimo instrumento nas mudanças
econômicas que ocorreram entre o final dos anos 80 (quando estava sendo
lançada a saga de Hades no mangá) e o início dos anos 90 do século XX,
que culminariam no fim da União Soviética e aceleraram o processo de
transformação dos regimes comunistas do Leste europeu em democracias
capitalistas.
Sobre
o termo ‘tzar’ ou ‘czar’, a tradução mais adequada para o português é
“rei”. Isso remete para a histórica prática russa de construir objetos
incrivelmente grandes para mostrar poder. Exemplos incluem a Tzar Bomba
(a bomba de hidrogênio RDS-220, a mais potente arma nuclear já
detonada), o Tzar Kolokol (o Grande Sino), o Tzar Pushka (o maior canhão
do mundo) e o incrível Tzar Tank (um gigantesco tanque de guerra).
A
Tzar Bomba, uma bomba de 57 megatons (equivalente a 57 milhões de
toneladas de dinamite, ou todos os explosivos usados na Segunda Guerra
Mundial multiplicados por dez, cuja média de força gerada durante todo o
processo de fissão-fusão da bomba equivale a 1% da energia do Sol!),
levava o nome-código de “Ivan”, dado pelos seus desenvolvedores.
Não é à toa que Ivan de Troll é o mais poderoso dos Espectros, segundo consta na Enciclopédia Taizen.
Estrela:
Estrela Celeste da Derrota. É a Estrela que identifica a Ruan Xiaoqi, o
31º dos 36 Espíritos Celestes de Liangshan, apelidado de “Rei Vivo
Yama”, devido à sua aparência esquisita que o faz parecer com Yama, o
governante do Inferno na mitologia chinesa.
Ruan
é o mais novo dos três irmãos Ruan (Ruan Xiaoer, Ruan Xiaowu [a Estrela
Celeste do Crime, associada a Flégias de Licáon] e ele próprio). Os
irmãos, que são nadadores poderosos, vivem a ganhar a vida através da
pesca. Ruan se diverte em jogos de azar e gasta todo seu dinheiro nisso
na maioria das vezes. Ele também é conhecido por ser muito simples e
impaciente.
Ele sobrevive à campanha Fang La, morrendo apenas aos 70 anos de idade.
Locais:
A outrora República de Evenki (onde o Espectro nasceu), na Sibéria
centro-ocidental, hoje é um dos distritos de um imenso território dentro
da Rússia chamado Krasnoyarsk. A região foi integrada ao Império Russo
durante o governo de Ivan, o Terrível.
VALENTINE DE HARPIA
Nome:
Valentine se refere a São Valentim, protetor dos namorados segundo o
costume popular. O “Valentine's Day”, dia de São Valentim, é celebrado a
catorze de fevereiro, data de aniversário do Espectro. É o dia em que
os namorados trocam presentes e cartões.
Uma
curiosidade: a pronúncia japonesa para ‘Harpy Valentine’ (“Harpia
Valentine”) soa idêntica a ‘Happy Valentine’, “Feliz Dia dos Namorados”.
Essa combinação foi proposital por Kurumada.
Sobrepeliz:
As Harpias são monstros fabulosos, metade ave (normalmente abutre)
metade mulher; na simbologia dantesca representam o desejo de destruir.
Num dos girões do sétimo círculo, onde são castigados os violentos, as
Harpias vivem a ferir constantemente as árvores e arbustos do Bosque dos
Suicidas, que nada mais são que as sofridas almas daqueles que foram
violentos consigo próprios, tendo acabado com a própria vida.
A
palavra “harpia” significa "arrebatadora". Gênios alados, elas eram
apenas duas inicialmente: Aelo e Ocípete, às quais se acrescentou
posteriormente uma terceira, Celeno. Seus nomes traduzem bem sua
natureza. Significam respectivamente: “a borrasca”, “a rápida no voo” e
“a obscura”. Eram monstros horríveis; tinham o rosto de mulher velha,
corpo de abutre, garras aduncas, seios pendentes. Pousavam nas iguarias
dos banquetes e espalhavam um cheiro tão infecto que ninguém mais podia
comer. Dizia-se que habitavam nas ilhas Estrófades, no mar Egeu.
Virgílio coloca-as no vestíbulo do Inferno, com outros monstros, no que é
aproveitado por Dante Alighieri em sua Divina Comédia, onde fustigam as
almas dos suicidas.
Arrebatadoras
de crianças e de almas, as imagens desses monstros eram muitas vezes
colocadas sobre os túmulos, transportando a alma do morto em suas
garras.
Poderes:
O golpe Doce Chocolate relembra o mais difundido dos presentes no dia
dos namorados, que é o chocolate. Já o Devorador de Vidas deve se
relacionar com o caráter destrutivo das Harpias.
Estrela:
Estrela Celeste Lamentadora, identificada com Xie Bao. Xie Bao é o 35º
dos 36 Demônios Terrenos de Liangshan e seu codinome é “Escorpião de
Duas Caudas”, reputado por sua coragem e ousadia. A sua família é a dos
melhores caçadores de Dengzhou (Shandong atual).
Locais:
O Chipre, onde o Espectro nasceu, é considerado pela mitologia grega a
pátria de Afrodite, a deusa do amor. Eis mais uma associação entre
Valentine e os casais enamorados.
Fora
isso, a independência do Chipre em relação ao Reino Unido, conquistada
pelo Tratado de Zurique e Londres, deu-se a 19 de fevereiro de 1959, 5
dias depois da data em que se comemora o aniversário de Valentine.
Imagem:
Dante, Virgílio e uma harpia
no Bosque dos Suicidas
SÍLFIDE DE BASILISCA
Nome: Em inglês, ‘sylphid’ é sinônimo
de ‘sylph’, “silfo” (ver Edward de Silfo, nesta seção).
Em alguns idiomas (como português e francês), porém, sílfide é o
feminino de silfo, gênio do ar segundo os alquimistas, e, por comparação,
também quer dizer “mulher ou moça esbelta ou graciosa”. Porém, esse nome nesses
idiomas também pode ser considerado o diminutivo de silfo (então, “sílfide”
significaria “pequeno silfo”).
A palavra "sílfide" surgiu primeiro em francês ('sylphide'),
em 1671, por Montfaucon de Villars, ao comentar Paracelso. Em inglês, 'sylph' é
tanto masculino quanto feminino e 'sylphid' é considerado um diminutivo, mas em
outras línguas, como já dito, "sílfide" é o feminino de silfo.
Por influência do famoso balé "A Sílfide", de Adolphe
Nourrit (1832), jovens esbeltas e graciosas passaram a ser frequentemente
chamadas de "sílfides", em referência à sua leveza.
Sobrepeliz: A basilisca ou cocatriz é um
ser fantástico que, na maioria de suas descrições, tem um corpo de um réptil
alado com pernas e crista de galo e uma cauda de cobra ou dragão. Desde a
Grécia antiga, o animal entrava na categoria de seres fantásticos conhecidos em
conjunto como basiliscos, e estes se tornaram a imagem da fera, uma enorme serpente
com uma coroa na cabeça. No entanto, na Idade Média o basilisco passou a ter as
duas representações: a de serpente e a de uma criatura metade galinha, metade
réptil. Daí, a segunda imagem se tornou um monstro distinto, a cocatriz ou
basilisca – como se fosse um feminino do basilisco, e é esta a forma da
Sobrepeliz usada por Sílfide.
O nome, em inglês, se escreve ‘cockatrice’, derivado de ‘cock’,
“galo”. Segundo o erudito romano Plínio, em “História Natural”, a criatura é
uma contraparte alada e emplumada do basilisco.
Para a heráldica, a cocatriz é vista como um animal semelhante a
um dragão com cabeça de galo. Ela nasce de um ovo de galinha chocado por um
sapo ou cobra, assim como seu parente, o basilisco. Possui a habilidade de
transformar em pedra aquele que fixa seu olhar ao dele – diferente do
basilisco, que mata com o toque, direta ou indiretamente.
Em tempo, o nome “basilisco(a)” deriva do grego ‘basiliskós’, “pequeno
rei”, pois o basilisco é tido como o rei das serpentes. Em The Lost Canvas a
criatura mostrada como representante da Sobrepeliz de Sílfide era um basilisco
clássico, o que é incorreto, pois nada tem a ver com a forma da sua armadura.
Poderes:
Estrela: A Estrela Celeste Ligeira
representa o guerreiro Zhang Qing. Conhecido como “A Flecha Implume” (sem
plumas), Zhang Qing foi um dos últimos heróis a se juntar aos bandidos
Liangshan no épico chinês “Margem d’Água”, e também foi provavelmente o mais
difícil de capturar. Ele ocupa a 16ª posição entre os 36 Espíritos Celestes.
Outra tradução possível seria “Estrela Celeste Vitoriosa ou Triunfante”, mas
essa descrição não se aplica, segundo as principais traduções do romance chinês
para o inglês.
Ele serviu como general em Dongchangfu. Tinha uma tática sórdida
na batalha, onde arremessava pesados seixos em pontos sensíveis do rosto dos
seus inimigos. As suas pedras golpeavam com extrema exatidão e força, muitas
vezes visando o nariz, o meio de testa, os olhos ou a boca dos generais
inimigos.
Zhang Qing se tornou um dos oito generais de vanguarda da
cavalaria Liangshan e um dos 36 Espíritos Celestes. Morreu na campanha contra
Fang Xi, atravessado por uma lança no abdômen.
Locais: A Sobrepeliz de Basilisca se
parece muitíssimo com a imagem do galo que estampa a bandeira da Valônia,
região separatista da Bélgica, país em que Sílfide nasceu. Por falar nisso, um
antigo decreto da ex-Comunidade Cultural Francesa da Bélgica afirmou em 20 de
julho de 1975 a bandeira com o galo vermelho sobre o fundo amarelo como o
símbolo da Valônia, e 20 de julho é também a data de nascimento do Espectro
Sílfide.
Imagens:
Cocatriz (Basilisca)
Bandeira da Valônia e Sobrepeliz de Basilisca
Ladrão de posts.
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