domingo, 13 de maio de 2012

A Máquina Fotográfica como reflexo da batalha Analógico vs. Digital.

Desde o início dos tempos os indivíduos procuram gravar as suas vivências num suporte físico, deste modo, a pintura e a escultura tiveram um papel determinante na vida da humanidade. Por esse mesmo motivo a patente de Daguerre, em 1837, surgiu como uma lufada de ar fresco numa civilização sedenta de progresso! Porém, nesta primeira etapa, a máquina fotográfica destinava-se a ser utilizada, apenas, em grandes estúdios, por profissionais.
Foi aquando do final do século XIX que começaram a ser comercializadas câmaras fotográficas em massa na Europa e nos Estados Unidos, devido às boas condições humanas e económicas desta época. Desta forma, o cidadão comum tinha possibilidade de deixar registados os dias mais importantes da sua vida, com uma suposta facilidade de um simples clique. Como é evidente, os primeiros aparelhos fotográficos eram detentores de diversas particularidades que requeriam do sujeito comum uma grande mestria e alguma imaginação. Além de poucas tentativas, uma vez que os primeiros rolos não excediam as 12 fotografias, o individuo deparava-se com um conjunto de lentes que deveriam funcionar em sintonia com a posição do objecto de captura, com as condições luminosas do meio e com a sua própria habilidade manual. Após ser confrontado com estes e alguns mais problemas, o “experiente” fotografo poderia capturar com algum êxito a imagem ansiada. Já a revelação, não dependendo só do aparelho, apresentava também severos problemas que nem sempre eram superados.
Assim, na gloriosa manhã encoberta chegou ao mundo o progresso tecnológico e, com ele, avanços inacreditáveis ao nível dos aparelhos fotográficos. Deste modo, caminhou-se a largas passadas para a era digital, substituindo-se rolos fotográficos por cartões de armazenamento de dados e álbuns obsoletos por álbuns digitais, na sua maioria directamente ligados a diversas redes sociais para aproximar, ainda mais, a nossa intimidade de qualquer outro individuo no mundo.
Esta ideia encaminha-nos para um conceito de aldeia global, que faz do nosso Eu o vizinho mais próximo de milhares de sujeitos do outro lado do mundo. Destes, temos acesso a toda a sua existência, desde os seus gostos e desgostos às suas memórias queridas! com as suas fotografias podemos reconstituir situações, locais e sentimentos, aproximando-nos de tal forma, que fazemos por esquecer os milhares de quilómetros que nos separam.
Em suma, a máquina fotográfica de uso quotidiano tornou-se numa poderosa arma social, ultrapassando a sua primordial função de utensílio de fixação de memórias e recordações. Assim, e graças a este aparelho, passado, presente e futuro ganham outras formas e juntos trabalham para uma nova maneira de ser e estar neste mundo de contornos Digitais.

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