domingo, 20 de maio de 2012

ÁFRICA: O SURGIMENTO DO SERES HUMANOS

 

O INÍCIO DE UMA HISTÓRIA


Quem diria que o sucesso dos Beatles "Lucy in the sky with diamonds" (Lucy no céu com diamantes) daria o nome ao esqueleto fóssil mais completo e mais famoso da família dos Australopithecus (do latim, macaco do sul). Encontrado em 1974 no vale de Afar, Etiópia, tratava-se de um fóssil feminino, de cerca de 3 milhões de anos, braços longos, pernas curtas, pouco mais de 1 metro de altura. Durante a festa da descoberta arqueológica, alguém deu a ideia de chamá-la de Lucy. Seu nome científico é Autralopithecus afarensis e na Etiópia denominaram-na Dinkenesh, que significa "você é linda".

Curta um pouco da música lendária dos BEATLES e originária do nome de Lucy:


E claro, observe o fóssil e a reconstrução de Lucy:



Cinco anos depois, a descoberta de pegadas fossilizadas de outros da mesma espécie de Lucy comprovaram a teoria do Bipedismo (quem anda ou se sustenta sobre dois pés). Há cerca de 6 milhões de anos, espécies de primatas teriam liberado as articulações superiores da função de locomoção para outras atividades. Desceram das árvores e aventuraram-se a desbravar o chão, onde não eram rápidos e fortes, nem possuíam garras ou chifres. Progrediram para a interação com as mãos e o sistema cerebral, numa longa trajetória que terminaria na produção de utensílios para o trabalho, para o lazer, para fins bélicos (de guerra).

Houve uma evolução, gradativa, de deslocamento do solo da natureza para o território da cultura. Esse processo é denominado de HOMINIZAÇÃO, ou seja, o conjunto de transformações anatômicas, fisiológicas, ecológicas e psicológicas pelo qual determinados ramos dos primatas adquiriram características humanas: bipedismo, posição ereta, linguagem articulada e raciocínio desenvolvido.


Evolução Anatômica dos Hominídeos

Evolução na utilização de armas e instrumentos
Existe o Elo Perdido?




Estudos mais recentes comprovam que as mudanças evolutivas foram gradativas ou uniformes, não lineares.
A Paleontologia (ciência que estuda as formas de vida em períodos recuados) traz a todo instante informações que nos permite estabelecer novas hipóteses.

TABELA DO TEMPO GEOLÓGICO


Veja alguns fósseis encontrados e que foram muito importantes para o estudo da Evolução do Homem.

Crânio e mão de um Australopithecus sediba
Crânio da "Garota de Taung", primeira descoberta de um homem-macaco (Pitecanthropus africanus, nome antigo para Australopithecus africanus) feito por Raymond Dart no sul da África
                                               
   O "garoto deTurkana", um notável esqueleto completo do Homo ergaster encontrado na África, no Lago  Turkana, Africa.


Observe abaixo um sumário da linha de evolução do Homem:

  Australopithecus afarensis - Um hominídeo bípede, de baixa estatura, de 1.2 a 1.5 de altura, que viveu na África. É o segundo australopitecino mais velho achado. As mãos e os dentes eram similares aos de humanos modernos, mas o cérebro não era maior que o de chimpanzés. As pegadas fósseis dos A. afarensis também foram descobertas.

 Astralopithecus africanus - Com um esqueleto robusto, A. africanus foi o primeiro hominídeo a ser descoberto, na África do Sul, e era semelhante ao A. afarensis. Juntamente com A. robustus, A. aethiopicus e A. boisei, três outras espécies relatadas, eles provavelmente não pertenceram à linhagem Homo, mas formaram um tronco distinto que desapareceu há 1.5 milhões de anos. 
                                                             
 Homo habilis - Foi o primeiro humano a criar ferramentas de pedra e provavelmente tinham comunicação através da fala. Foi a evolução transitória entre H. erectus e os hominídeos. Surgiu e foi limitado à África meridional e do leste, e provavelmente passava parte de seu tempo em cima de árvores, porque tinha braços longos. Entretanto, não foi muito mais alto que o australopitecos.


 Homo erectus - Foi o primeiro humano a viajar amplamente e ocupar muitos continentes. Foi encontrados na Java, Indonésia, China, Europa e África. Usava ferramentas e fogo, vivia em cavernas, caçava em grupos e podia sobreviver em ambientes muito frios. Tinha aproximadamente o mesmo peso e altura dos humanos modernos.


 Homo sapiens neanderthalensis - Considerado uma subespécie ou espécie que apareceu em paralelo com o Homo sapiens, ele tinha um crânio achatado e uma pesada crista frontal. O corpo e o tamanho do cérebro eram maiores que os do Homo sapiens. Viveu na África do Norte, na Europa e Oriente Médio. Usavam roupas, cavernas, fogo, enterravam seus mortos e podem ter tido algum  tipo de religião.  Existiu por algum tempo simultaneamente com o H. sapiens, mas desapareceu misteriosamente.


 Homo sapiens sapiens - Este é o ser humano moderno atual e a única espécie viva remanescente de Homo. Foi precedido pelo Homo sapiens arcaico , que apareceu 500.000 anos atrás, viveu na Europa e Ásia, e tinha o cérebro menos desenvolvido. Tem um crânio alto, com o maior cérebro comparado aos outros, não tem cristas orbitais e a face é plana.


CURIOSIDADES!

1. A EVA AFRICANA

Durante mais de um século a Paleontologia foi o carro-chefe das investigações científicas que tentavam reconstituir as nossas origens. Mas com o extraordinário desenvolvimento da biologia molecular e da genética, o estudo dos genes vem ganhando cada vez mais espaço nesse palco. Dessa forma, a ciência contemporânea vem obtendo, nos últimos anos, diversos resultados. Um deles provém do exame dos genes contidos nas MITOCÔNDRIAS (Interagindo com o Prof. Daniel) que só são transmitidos por via materna. Portanto, filhos e filhas herdam seu DNAmt (mitocondrial) das mães, mas apenas as filhas o transmitem aos seus descendentes.

Mitocôndria: organela celular responsável pela geração de energia para as células

Em 1987, especialistas dos EUA publicaram na renomada revista Nature (01/01/1987) um estudo segundo o qual a espécie humana atual vem de um tronco materno comum, de origem africana, no qual convergem todas as linhas de DNA mitocondrial. As pesquisas indicam que essa população de mulheres viveu na África há cerca de 200 mil anos. Tais estudos propõem que a transformação a partir das formas primitivas do ser humano foi devida, não a um processo de desenvolvimento paralelo ocorrido em diferentes partes do mundo antigo, mas a uma onda que emanou de uma base africana e espalhou por todo o planeta. Desde que foram publicados, os resultados suscitaram grande polêmica entre os estudiosos.

2. MITOS DA CRIAÇÃO

São muitas as divergências entre a Teoria Criacionista (Deus criou o mundo) e a Teoria Evolucionista de Darwin (Homem como um ser evoluído).


Existem até mesmo divisões dentro das duas teorias a exemplos das citadas abaixo:

Criacionistas da Terra Jovem 

Em comum, os integrantes desta linha criacionista acreditam que o planeta tenha sido criado por Deus há apenas 6 mil ou, no máximo, 10 mil anos. Subdividem-se em três grupos principais: Terra Plana, Geocêntricos e Heliocêntricos.

Criacionistas da Terra Antiga 

Aceitam as evidências da antiguidade do planeta, mas ainda as encaixam na lógica das escrituras bíblicas.

Evolucionismo Teísta 

Corrente que aceita completamente a Teoria da Evolução, mas não abre mão de seu caráter divino original. Crê que a descrição do Gênesis é simbólica, levando em conta o estilo literário hebraico da Antiguidade. Acredita que o processo criativo de Deus se expressa através dos postulados da Evolução, não vendo oposição entre Ciência e Fé. É a visão oficial do Vaticano e do papa, assim como da maioria das confissões protestantes, especialmente as denominadas ''históricas''.

Evolucionismo Metodológico Materialista 

Acredita que Deus não interfere no processo evolutivo.

Criacionismo Evolucionário

Grupo que conjuga influências tanto do ideário criacionista quanto do evolucionista. Considera que Adão não foi o primeiro ser humano criado, mas sim o primeiro dotado de alma por Deus. É muito semelhante ao Evolucionismo Teísta, diferindo apenas em alguns postulados teológicos, sendo mais próximo do judaísmo que do cristianismo.

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