domingo, 13 de maio de 2012

Enfim, o homem conseguiu parar o tempo…

Infelizmente a Arte não incluía manual
Todo artista, tem um talento ou um dom…  e os que admitem não possuir nenhum desses requisitos tem de se esforçar muito para apresentar algo decente.  A litografia era popular no início do Século XIX, e um quarentão aposentado da marinha chamado Joseph Nicéphore Niépce (1765-1833) queria fazer uma gravura, mas não tinha habilidade para desenhar.
Utilizando-se de uma câmara obscura, Niépce tentou gravar imagens em papel litográfico revestido com cloreto de prata e sorridente, conseguia imagens mal formadas, sem contrastes e que sumiam rapidamente pois não se fixavam no papel. Chamou esse processo de Heliografia, que significa gravar com sol.
Depois que Niépce conseguiu gravar suas imagens, sua preocupação se voltou para a fixação das mesmas. Pesquisas com substâncias químicas e placas de metal ao invés de papel litográfico, fizeram com que a primeira foto permanente e a mais antiga do mundo surgisse em 1826. O problema desse processo é o longo tempo de exposição, a falta de meios tons, além da imagem não ser muito nítida.
Foto feita por Nicéphore Niépce em 1826

Primeira fotografia de Niépce em 1814. Utilizou Betume da Judéia


Quando Niépce fixou sociedade com Louis-Jacques-Mandé Daguerre (1787-1851) suas pesquisas já estavam avançadas, e muito pouco obteve dessa parceria. Em 1833, Niépce morre sem saber o quanto foi importante para a fotografia. Entre 1835 a 1839, Daguérre retoma os estudos de seu falecido sócio e normatiza as operações para a realização da fotografia:
A) utiliza o iodeto de prata aplicado em vapores sobre uma placa de cobre;
B) a placa é fixada em uma câmara escura;
C) permanece em exposição por certo período;
D) imediatamente mergulhada em mercúrio aquecido para aparecer a imagem e;
E) fixando-a como banhos em solução saturada de sal de cozinha.
Em 1839 Daguérre completa todas essas etapas em 72 minutos, criando assim as condições para o Daguerreótipo.
Daguerreótipo
Bom, o Naturalismo estava na veia de Daguerre muito antes do invento do Daguerreótipo. No período que compreendia sua sociedade com Niépce, seu maior interesse era o Diorama, uma espécie de cópia exata de um ambiente tridimensional em miniatura. Permaneceu com o interesse em comercializar esse tipo de arte, mas seu maior Diorama, no qual se dedicou a construir por anos, se perdeu em um incêndio. Daguérre, que neste momento estava em situação financeira delicada, fez um acordo com o herdeiro de Niépce e os dois cederam os direitos patrimoniais sobre o Daguerreótipo ao Governo Francês, em troca de uma pensão vitalícia.
O fato é que o ser humano, pela primeira vez, conseguiu capturar e preservar um instante. O noção de tempo experimentava a relatividade. O homem tinha criado um meio de copiar a natureza, de modo mais realista possível. Depois da fotografia, todas as artes, costumes e processos científicos e culturais iriam ser influenciados. A educação do olhar cinematográfico ganhava mais um alicerce, estava criada a mais importante base tecnológica para a invenção do cinema.
Por causa da longa exposição, objetos em movimentos não eram captados pelo Daguerreótipo. Isso explica porque essa fotografia tirada em 1839 estava com as ruas desertas.

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