Todo mundo já ouviu falar em transgênicos, apesar de pouca gente saber se já ingeriu produtos desta natureza ou não. Mesmo sem termos certeza das conseqüências a longo prazo da ingestão de alimentos geneticamente modificados, temos preocupações mais urgentes para nos ocuparmos. Ou seja, compramos sem saber. Afinal de contas, não há identificação clara nas embalagens dos produtos indicando se eles são ou não transgênicos.
Nos Estados Unidos há uma legislação para controlar o comércio destes alimentos. No entanto, é proibido pela mesma lei se colocar esta informação no pacote, pois a Monsanto estabeleceu o "princípio da equivalência", ao alegar que tudo o que comemos contém DNA, e como o transgênico contém apenas o DNA modificado, e nada externo introduzido ao alimento, ele seria equivalente ao alimento natural. E a história colou. Eles fizeram um acordo com o governo para proibir informações sobre transgênicos nos rótulos. Pensemos sobre o assunto: se o transgênico é equivalente ao alimento natural, seria indiferente para a empresa rotular os pacotes ou não. Ao proibir, eles estão colocando a aleganção deles em suspeita. O Brasil está um pouco mais avancado: aqui um pequeno "T" tem que aparecer escondido em algum lugar da embalagem, mas vem acompanhado de "produto saudável", sem que se tenha investigado se de fato é.
Se isto já parece preocupante, o buraco é mais embaixo (e esta é pra cair da cadeira): a empresa que monopoliza os transgênicos ao redor do planeta começou como uma indústria química, produzindo venenos e armas químicas como o agente laranja, aquele despejado por tropas americanas no Vietnã.
Estas e outras descobertas avassaladoras são resultado de cinco anos de pesquisa, 500 mil páginas de documentos analisados e dezenas de viagens ao redor do mundo feitas pela jornalista e documentarista francesa Marie-Monique Robin, que mostra neste documentário segredos arrepiantes sobre uma das mais influentes empresas do planeta, segundo a revista Business Week.
E como é o mundo segundo a Monsanto? Cheio de pesticidas e com um gigantesco monopólio, que começou com a permissão das patentes das sementes, na década de 80, chegando aos royalities sobre os transgênicos, que permitem que as multinacionais cobrem para si uma parte do lucro da colheita dos fazendeiros.
Em entrevista à revista Época, Marie conta que, "após a liberação da venda dos transgênicos, a Monsanto começou a comprar todas as produtoras de sementes do mundo. Hoje, ela é a maior produtora de sementes do planeta. O resultado é que se um fazendeiro quiser mudar sua produção de transgênicos, e voltar ao tradicional, daqui a alguns anos, provavelmente ele não vai conseguir mais, pois só vão existir sementes transgênicas, e da Monsanto. Essa já é uma realidade com a soja dos Estados Unidos, e o trigo, na Índia. Nos EUA existem processos contra a Monsanto por monopólio, algo similar ao que aconteceu com a empresa de tecnologia Microsoft".
Marie trabalha há 25 anos com jornalismo investigativo e recebeu diversos prêmios por seus documentários. O filme mostra ainda cenas de propagandas enganosas, rótulos mentirosos e pesquisas científicas forjadas pela empresa em todos os cantos do mundo, inclusive no Brasil.
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