Depois de atirar na professora, o menino disparou na própria cabeça e morreu
Foto: AE
Professora Rosileide Queiros de Oliveira é socorrida pelo helicóptero Águia da PM
De acordo com testemunhas, o menor D.M.N., que cursava o 4º ano, atirou na professora Rosileide Queiros de Oliveira, 38 anos, dentro da sala de aula, onde estavam outros 25 alunos. Em seguida, ele se retirou da sala e disparou um tiro na própria cabeça.
O aluno e a professora foram socorridos com vida. Ele foi atendido no hospital de Emergência Albert Sabin, teve duas paradas cardíacas e morreu às 16h50. A professora foi socorrida pelo helicóptero Águia da Polícia Militar e levada para o Hospital das Clínicas, em São Paulo.
A arma usada por D.M.N é de seu pai, o guarda civil municipal Milton Nogueira. Segundo o secretário de Segurança, Moacyr Rodrigues, o revólver é particular, e não da corporação. O pai do aluno pode ser acusado de negligência e responder por homicídio culposo (quando não há intenção de matar). Ainda de acordo com o secretário, a conduta do guarda civil sempre foi "exemplar" e vizinhos contam que a família era um modelo na vizinhança.
Disparos
Aluno da escola, Luan Pereira, de 15 anos, conta que assistia à aula em uma sala localizada no mesmo corredor em que aconteceram os disparos quando ouviu dois "estouros". "Achamos que fosse uma bomba. Saímos correndo e vimos o chão todo ensanguentado. Pensamos que fosse um assalto. Entramos de volta na sala e começamos a colocar cadeiras na porta", conta. "Depois muita gente passou correndo e chorando".
Ainda segundo ele, amigo do irmão mais velho de D.M.N, o garoto era tímido, sozinho e não andava com amigos. "Mas também nunca se envolveu em brigas", conta. Vizinha do menino e estudante da mesma escola, Gabrielle Areaz, de 16 anos, conta que a família do menino é considerada exemplar no prédio onde moram e que ele é "bem calmo, muito tímido e não brincava com as outras crianças. A maioria das crianças brinca no prédio, mas eu nunca o vi por lá". Gabrielle conta que o viu antes de ir para a aula, na manhã desta quinta, e ele parecia calmo, sem nada que chamasse a atenção.
O corpo do aluno foi liberado do hospital e está no Istituto Médico Legal de São Caetano do Sul. A família ainda não decidiu onde vai enterrá-lo.
A professora continua internada no Hospital das Clínicas, onde irá passar por uma cirurgia. O tiro foi na região posterior do lado esquerdo, altura do quadril, e a bala está alojada entre o reto e o útero. Rosileide teve fratura de bacia. Segundo informações da prefeitura de São Caetano do Sul, seu estado de saúde é considerado moderado e ela está fora de perigo. Rosileide é professora da rede municipal desde fevereiro de 2005.
Escola é uma das melhores públicas do País
A escola municipal Professora Alcina Dantas Feijão, segundo o censo 2010, tem 2.204 alunos nos ensinos fundamental e médio e 118 professores. A instituição está entre as melhores escolas públicas do País.
Na fase inicial do ensino fundamental, que vai do 1º ao 5º ano e inclui a série em que estudava o menino, a unidade foi a 14ª colocada em todo o Brasil entre as públicas no Índice da Educação Básica, o Ideb, com nota 6,7 acima da média das públicas (4,4) e mesmo das instituições particulares (6,4).
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado pelo comentário.