segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Mona Lisa

O sorriso misterioso de Mona Lisa, popularizado em pôsteres, cartões, camisetas a partir do quadro de 77 por 53 cm, pintado pelo renascentista Leonardo da Vinci no século XVI, tornou-se um ícone da cultura ocidental e completa 500 anos, ainda cercado de especulações sobre a dama. O quadro está exposto no Museu do Louvre, em Paris, que deve inaugurar, até o final do ano, uma sala exclusiva de 200 m2 para abrigar a obra.

Parte da fama e do mistério relacionados ao quadro estão ligados ao próprio artista. Leonardo era uma personalidade especial, entendia de ciências naturais, ótica, anatomia, engenharia, era músico e além de tudo carismático e belo, segundo os relatos da época.Os livros de história da arte concordam em dizer que a dama florentina pintada no quadro era Lisa Gherardini, esposa de um influente comerciante de Florença, Francesco di Bartolomeo di Zanoli de Gicondo. A obra é chamada por vários nomes: como Mona Lisa, o mais conhecido, uma composição de Madonna que é senhora em italiano, e Lisa; e La Gioconda ou La Joconde devido ao nome de seu marido.

As especulações sobre a composição da obra são as mais variadas. Para alguns, Leonardo pintou a mulher ideal, ou a sua própria mãe; outros dizem que ela era sua amante ou de um de seus mecenas; os traços andróginos do rosto estimulam teorias de que por trás da identidade da Mona Lisa está um auto-retrato do pintor. Lillian Schwartz, pioneira em arte no computador e consultora do Bell Labs, demonstra essa teoria em seu livro The computer artist's handbook , usando computação gráfica para explicar essa idéia.Outra especulação é que Mona Lisa estaria grávida quando posou para o pintor: suas mãos levemente inchadas e o gesto de proteção do ventre típico de gestantes ajuda a teoria.

Giorgio Vasari(1511-1574), um dos primeiros historiadores da arte, conta que Leonardo convidou músicos, bufões e palhaços na ocasião em que pintava La Gioconda. Não se sabe se foram chamados para divertir a dama que estava entediada e cansada de posar ou se serviriam para inspirar o artista no momento em que idealizava o sorriso misterioso.

Leonardo desenvolveu uma nova maneira de pintar a partir de sua incessante busca pela representação perfeita e com o estudo da natureza e de seus fenômenos. Ele percebeu que não podíamos representar o mundo através de traços duros, porque eles não existem na vida real. Para ele, os contornos só serviam ao desenho, e diante dessas observações, criou o sfumato, palavra italiana que significa fumaça: o conceito é esfumaçar as cores, não utilizar linhas, fazendo a fusão das cores que se transformavam em formas diante dos olhos do espectador. Eram utilizadas várias camadas transparentes de cor, chamadas velaturas, até alcançar o efeito desejado. A forma deveria ser um pouco indefinida para que o observador procurasse defini-la com seus próprios olhos, o que atraía a curiosidade e criava a magia de sua pintura. Na Mona Lisa, essa técnica está presente, principalmente no rosto da dama. Os cantos de seus olhos e de seus lábios foram visivelmente trabalhados como fumaça.

O pintor foi, também, um estudioso das proporções humanas. Usava a perspectiva em muitas de suas obras, mas nem sempre seguia rigorosamente as regras. Leonardo passou a usar um tipo de perspectiva chamada aérea ou atmosférica que dava ao fundo uma idéia melhor de distância. Para isso, quanto mais longe estivesse o objeto, mais claras e imprecisas seriam as pinceladas que ele usaria para defini-lo.

Outra marca de Leonardo é deixar incompletas muitas de suas obras; a Mona Lisa demorou cerca de quatro anos para ficar pronta. A tela viajou com o pintor por muitas cidades, e permaneceu na corte francesa após sua morte. Em 1793, foi para o acervo do museu do Louvre e em 1911 foi roubada. O quadro reapareceu anos depois na Itália, pelas mãos de um pintor nacionalista que quis devolver a obra à sua pátria de origem. Foi este episódio que trouxe grande fama à Gioconda.

Principais características:

* Perspectiva: arte de figura, no desenho ou pintura, as diversas distâncias e proporções que têm entre si os objetos vistos à distância, segundo os princípios da matemática e da geometria.

* Uso do claro-escuro: pintar algumas áreas iluminadas e outras na sombra, esse jogo de contrastes reforça a sugestão de volume dos corpos.

* Realismo: o artistas do Renascimento não vê mais o homem como simples observador do mundo que expressa a grandeza de Deus, mas como a expressão mais grandiosa do próprio Deus. E o mundo é pensado como uma realidade a ser compreendida cientificamente, e não apenas admirada.

* Inicia-se o uso da tela e da tinta à óleo.

* Tanto a pintura como a escultura que antes apareciam quase que exclusivamente como detalhes de obras arquitetônicas, tornam-se manifestações independentes.

* Surgimento de artistas com um estilo pessoal, diferente dos demais, já que o período é marcado pelo ideal de liberdade e, conseqüentemente, pelo individualismo.
 

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