Leonardo
nasceu a 15 de abril de 1452, na pequena cidade da Vinci, perto de
Florença. Filho ilegítimo de Piero da Vinci, escrivão do modesto
vilarejo ao norte da Itália, manteve-se sempre muito apegado ao pai e à
mãe, Caterina, que casou-se posteriormente com Piero del Vacca.
Explorador de todos os campos do conhecimento, Leonardo não concebia
limites para sua genialidade, seus sonhos e suas fantasias. E disso
resultou sua glória e tragédia. Idealizou inúmeros projetos, mas
completou apenas alguns. Abandonava os trabalhos ao perceber que a
execução não correspondia ao desejado. Sua vida foi repleta de
fragmentos de obras, alguns extraordinários. Pouco antes de falecer,
escreveria amargurado: "Nunca terminei um só trabalho". Contudo, deixou
mais de cinco mil páginas de manuscritos que abrangem temas tão diversos
como as causas das marés, o mecanismo do movimento do ar nos pulmões,
os hábitos das corujas, as leis físicas da visão humana e a natureza da
Lua. Apresentou também os planos de uma máquina voadora, uma série de
teoremas geométricos, diversos estudos hidráulicos, projetos para uso do
vapor como meio de propulsão, poemas, fábulas e máximas filosóficas.
Seu trabalho é completado por obras consagradas pela história da Arte,
como A Mona Lisa, A Última Ceia, Baco, São João Batista, Leda, Santana, A Virgem e O Menino e a Virgem dos Rochedos.
O
extraordinário e diversificado talento de Leonardo manifestou-se muito
cedo, nos primeiros anos de vida: belo e forte, era excelente esportista
- ótimo nadador e cavaleiro; engenhoso artesão e mecânico, logo revelou
seus dons inventivos; o desenho e a pintura também atraíram seu
interesse, demonstrando seus dotes artísticos. Os cadernos de Da Vinci
continham desenhos e ideias que não seriam colocados em prática por
centenas de anos: paraquedas, canais, carros armados e submarinos.
Um
aspecto curioso de grande parte dos manuscritos de Leonardo ilustra uma
faceta de sua estrutura de pensamento: sendo ele ambidestro, ele
escrevia as linhas tanto da esquerda para a direita como vice-versa. O
modo incomum de redigir tornava mais díficil a leitura de seus
manuscritos (era necessário recorrer a um espelho), mas, segundo Stefano
De Simone, essa intenção escapou inteiramente a Leonardo. Ao escrever
com a mão direita, ele expressava os resultados do estudo e reflexão
crítica; escrevendo com a mão esquerda, da direita para a esquerda,
traduzia o que vinha-lhe a mente espontaneamente.
Na
França, Leonardo viveria seus últimos dias. Faleceu em 2 de maio de
1519, após receber os sacramentos da Igreja - e, ao que se conta, nos
braços do rei Francisco I.
Em relação ao quadro de
Da Vinci "Monalisa" (considerado por muitos a obra-prima do pintor), já
especulou-se muito sobre seu real significado. Muitos afirmam que
poderia ser um retrato de sua mãe, outros dizem que é uma homenagem à
sua amante. Atualmente, surgiu a tese de tratar-se de um autoretrato e,
para tentar comprová-la, pesquisadores italianos anunciaram que exumarão
o corpo do pintor. Só há um perturbador detalhe: ninguém sabe ao certo
onde estão os restos mortais de Da Vinci. Ele foi sepultado no Castelo
de Amboise, porém, o local sofreu tantas invasões e saques que, lá, nada
restou.
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