segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Olinda quero cantar

Olinda Quero Cantar mostra que modernizar o disco de carnaval não significa usar nomes famosos, nem desestruturar o frevo. Aliás o carnaval pernambucano há muitos anos não é apenas frevo. É maracatu (neste CD representado pelo Cabra Alada, Maracatudo, Nação Pernambuco), afoxé (Erasto Vasconcelos) e também frevo (o citado Frevo Dengoso, de Don Tronxo que, em versão instrumental, fecha o disco fundindo-se com o Hino de Elefante). Há uns momentos chatos, como o de Cynthia Zamorano e o Maracatudo e seu maracatu estilizado Saudade Azul com um tema já usado ad nauseam (Luar de Luanda, Angola, etc). Mas este é um pequeno instante entre grandes momentos, como a descontração de Erasto Vasconcelos (em duas parceria com o irmão, Naná) e o sempre bom J.Michiles, no frevo Espelho Doido (interpretado por Nádia Maia).
Olinda Quero Cantar ensina o caminho das pedras: o disco de carnaval deve ir aonde o folião está, e não esperar que o folião venha a ele (valendo isto, como é o caso da música pernambucana, quando não se tem o aparato mercadológico da cada vez mais vulgarizada axé music).


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