sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Comparativo: Volkswagen CrossFox X Citroën Aircross

Aircross tem grande apelo visual, com traços modernos e bom acabamento.
Mas CrossFox ganha a disputa pelo conforto ao dirigir e pela praticidade.


O cenário de trilhas enlameadas, com diversos obstáculos pelo caminho e uma linda cachoeira no final, é o preferido para apresentar modelos como o Fiat Palio Weekend Adventure e o Volkswagen CrossFox. Mas, na verdade, tratam-se de modelos urbanos com gracejos inspirados em veículos off-road que pretendem passar a sensação ao condutor de “liberdade”, “natureza”, “aventura” e por aí vai. Tal segmento ficou acomodado até surgir, em 2010, o francesinho Aircross. De novidade, ele trouxe linhas extremamente modernas, emoldurando o clássico estepe instalado na porta traseira. Conclusão: a briga voltou a esquentar e, neste ano, a Volkswagen lançou a versão 2012 do CrossFox.

Citroën Aircross e Volkswagen CrossFox disputam pela maquiagem 'aventureira' (Foto: Daigo Oliva/G1)Citroën Aircross e Volkswagen CrossFox disputam pela maquiagem 'aventureira' (Foto: Daigo Oliva/G1)

Neste comparativo, a reportagem do G1 confronta os dois modelos. O vencedor é o CrossFox, pelo conforto ao dirigir, destacando-se a suspensão muito bem ajustada e mais elevada, o que garante conforto para motorista e passageiros ao passar por qualquer tipo de solo — obviamente, dentro das condições de um carro normal, já que não se trata de um 4X4 —, e pela  excelente posição de dirigir.
O modelo da Citroën, ganha no visual e no acabamento, mas, além de ter uma suspensão dura, que repassa todas as imperfeições do solo para os ocupantes, possui embreagem, câmbio e volantes muito molengas. Na cidade, a fórmula pode funcionar para quem gosta deste tipo de condução, “anti-esportiva”, mas ela é muito desconfortável em estradas, tanto de asfalto quanto de terra.
Comparativo Aircross X CrossFox (Foto: Editoria de Arte/G1)
Desempenho
Os motores dos dois modelos são muito parecidos. O CrossFox é equipado com um 1.6 litro de oito válvulas, que rende 104 cavalos de potência máxima e 15,6 kgfm de torque. O motor do Aircross é um 1.6 com 16 válvulas, que desenvolve 113 cv e 15,8 kgfm de torque. Ambos garantem boas respostas aos carros em ultrapassagens e retomadas.
Porém, a diferença está na rotação. O modelo 16V da Citroën atinge o torque máximo a 4.500 rpm e a potência a 5.800 rpm, uma característica deste tipo de motor. Já o CrossFox chega à força máxima a 2.500 rpm e à maior potência a 5.250 rpm. Isso faz com que quem dirija o modelo da Citroën sinta a falta de uma sexta marcha a velocidades acima de 100 km/h. O que também se reflete no interior da cabine, já que o barulho do propulsor fica alto.
Em relação à segurança, os dois vêm com airbag frotal duplo. Somente o CrossFox tem sistema de freios ABS também de série. No caso do Aircross, ABS com EBD é de série apenas na versão topo de linha, a Exclusive (a que foi testada).

Aircross e CrossFox   (Foto: Daigo Oliva/G1)Aircross é mais urbano e CrossFox encara melhor estradas de asfalto e de terra (Foto: Daigo Oliva/G1)
Diferenças de estepe

Peça-chave para a estética de carros com este tipo de apelo, o estepe na tampa do porta-malas nem sempre é funcional. É o que acontece com o do Aircross. Para abrir o bagageiro, é preciso acertar uma sequencia de movimentos. Primeiro, aciona-se a abertura do sistema por um botão na chave. Depois, é preciso pressionar o dispositivo que destrava o suporte do pneu em si e manter dessa forma, segurando o puxador, até deslocar o estepe todo para a esquerda — ele passa do limite de largura do carro, portanto, cuidado ao fazer isso no meio da rua.
Sistema de estepe do Aircross exige uma ginástica  (Foto: Daigo Oliva/G1)Sistema de estepe do Aircross exige uma 'ginástica' (Foto: Daigo Oliva/G1)

Após aberto, o passo seguinte é apertar o botão que fica escondido no vão da porta, à direita. Com a mão direita, você abre o porta-malas e, com a esquerda, segura o bastão que dá suporte ao sistema do estepe para, assim, conseguir abrir a porta.
No caso do CrossFox, não há tanta 'ginástica'. Basta apertar o botão de abertura do sistema, afastar o estepe e, com uma mão, levantar a porta, que destrava automaticamente ao afastar o suporte do pneu. Apesar da praticidade, quando fechado, o conjunto atrapalha a visibilidade traseira, por ficar no meio da porta.

Abertura do porta-malas do CrossFox é mais simples, mas pneu atrapalha visibilidade (Foto: Daigo Oliva/G1)Abertura do porta-malas do CrossFox é mais simples, mas pneu atrapalha visibilidade (Foto: Daigo Oliva/G1)
Acabamento é o trunfo do Aircross

Para quem se rende totalmente ao visual do carro na hora da compra, o CrossFox deixa a desejar. Não só pelas linhas externas, mais conservadoras, mas também porque, internamente, ele não passa de um Fox. Inclusive, no pequeno porta-malas. É nesta diferença que o Citroën tem o seu trunfo. Ele não é um C3, é um Aircross – apesar de se tratar da mesma plataforma e pertencer à mesma família. As linhas do aventureiro são chamativas, harmônicas e, ao mesmo tempo, modernas.
Como sempre, a marca investe no charme e inova com as rodas bem trabalhadas e o interior cheio de detalhes. O apelo estético tem dado certo. Enquanto o Citroën Aircross vendeu 7.670 unidades de janeiro a maio deste ano — de acordo com a Fenabrave —, o Volkswagen CrossFox teve 1,2 mil, segundo dados da própria montadora (a Fenabrave soma as vendas do CrossFox com as do Fox).

Citroën Aircross (esq.) ganha destaque pelo acabamento mais moderno em relação ao VW CrossFox (Foto: Daigo Oliva/G1/Divulgação)Aircross (esq.) se destaca pelo acabamento mais moderno (Foto: Daigo Oliva/G1/Divulgação)


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